A Praça da Bandeira logo após a inauguração do Palacinho. Local era um descampado e foi arborizado com o passar do tempo. Silveira Martins foi recebido com festa em 1879
A Praça da Bandeira, onde se localiza o palacinho, sede do governo municipal, abriga plantas centenárias. Mas o plantio de uma árvore gerou um crime ambiental que entrou para o folclore político de Santa Cruz.
A Vila de São João de Santa Cruz, em 26 de dezembro de 1879, recebeu a primeira visita de uma autoridade conhecida nacionalmente, o tribuno e ministro Gaspar Silveira Martins. Para marcar sua passagem, o presidente da Câmara, Joaquim José de Brito, propôs o plantio de uma muda de carvalho na praça. Além disso, o logradouro, que se chamava Simões Lopes, teve seu nome alterado para Praça do Carvalho.
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Mas a mudinha teve vida curta e foi vítima de um crime. Segundo relato do historiador João Bittencourt Menezes (1872–1932), ela não morreu por falta de solo fértil, mas sim por divergências políticas. Sem citar nomes, contou que nas proximidades do logradouro morava um adversário político de Silveira Martins. E este, todas as noites, saía para dar um passeio pela área e urinava na planta, até matá-la.
Por sua singularidade, transcrevemos o texto de Menezes: “O sistemático opositor de Silveira Martins entendeu de regar a planta, não com água do céu caída, mas com outro líquido menos próprio ao desenvolvimento da tenra planta. E tantas vezes, à hora crepuscular repetiu a operação, e tão regular e pachorrentamente o fez que, por fim, alcançou seu intento, digno, por certo, da intransigência das idéias políticas por ele professadas em desacordo com aquele cuja visita honrosa queriam os admiradores recordar à sombra da árvore.”
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Silveira Martins (1835–1901) foi deputado, senador do império, ministro da Fazenda e presidente da província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Era defensor da monarquia e tinha muitos inimigos políticos, especialmente entre os republicanos.
Pesquisa: Arquivo da Gazeta do Sul
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