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Memória: antigos carnavais de Santa Cruz aconteciam nos clubes

O Carnaval, que chegou ao Brasil em meados do século 17, trazido por imigrantes europeus, sempre contou com muitos simpatizantes em Santa Cruz. O antigo jornal Kolonie, em língua alemã, já registrava convites para bailes em 1896. Provavelmente naquele ano (ou até antes!) iniciaram-se esses festejos em nossa cidade.

Os bailes ocorriam nos antigos clubes União, Ginástica, Aliança e Tênis. A partir de 1923, a SCB União também passou a promovê-los. O Corinthians e o Clube Guarani (na Rua 28 de Setembro) iniciaram em 1939. Existiam também salões particulares como Kothe, Spengler e Biesdorf, que realizavam grandes noitadas. O público era bastante “comportado” e os homens vestiam ternos. Os pais ficavam de olho nas filhas e as diretorias eram rígidas com quem não se comportava dentro das regras.

Em 1900, na virada do século, surgiram as brincadeiras de rua, com os blocos Bam-Bam-Bam, Filhos do Inferno e Turunas. Eles desfilavam pelo Centro, fantasiados e acompanhados por músicos com violões, violinos e instrumentos de sopro, e esmeravam-se na confecção de carros alegóricos. Por algum período, as mulheres não participavam desses grupos e alguns homens vestiam roupas femininas, o que gerava muitas brincadeiras.

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Com o tempo, foram surgindo novos blocos, como Índios Tabajara (Clube Guarani), formado por vários músicos da banda do Exército, Vagalumes do Amor (SCB União), Filhos da Lua (independente), Pif-Paf (Aliança) e Caruru (Corinthians). Os dois últimos nasceram em 1946 (após a 2ª Guerra Mundial) e tiveram vida curta.

O Vagalumes do Amor (Uniãozinho) introduziu os ritmistas, o que levou ao surgimento das escolas de samba na cidade. Seus desfiles ocorriam na Rua Júlio de Castilhos até o Centro. Índios Tabajara e Filhos da Lua também trouxeram novidades, como o remelexo que dançava com uma boneca de pano e o apreciado bumba-meu-boi.

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Ricardo Gais

Natural de Quarta Linha Nova Baixa, interior de Santa Cruz do Sul, Ricardo Luís Gais tem 26 anos. Antes de trabalhar na cidade, ajudou na colheita do tabaco da família. Seu primeiro emprego foi como recepcionista no Soder Hotel (2016-2019). Depois atuou como repositor de supermercado no Super Alegria (2019-2020). Entrou no ramo da comunicação em 2020. Em 2021, recebeu o prêmio Adjori/RS de Jornalismo - Menção Honrosa terceiro lugar - na categoria reportagem. Desde março de 2023, atua como jornalista multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, em Santa Cruz. Ricardo concluiu o Ensino Médio na Escola Estadual Ernesto Alves de Oliveira (2016) e ingressou no curso de Jornalismo em 2017/02 na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Em 2022, migrou para o curso de Jornalismo EAD, no Centro Universitário Internacional (Uninter). A previsão de conclusão do curso é para o primeiro semestre de 2025.

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