Neste período que antecede o Dia de Finados, lembramos dos antigos cemitérios que existem em algumas propriedades rurais. Eles remontam a épocas em que não existiam áreas específicas para os sepultamentos e as famílias guardavam seus mortos em suas terras, onde podiam ser lembrados diariamente.
Muitos destes locais estão perdidos em meio ao mato. Mas não é o caso do velho cemitério no sítio do empresário santa-cruzense Gilberto Luís Eidt, em Linha Verão, localidade que hoje pertence a Sinimbu, mas que já foi Santa Cruz do Sul. Lá há 15 túmulos, seis de crianças, o que levou Eidt a “batizar” o local de Cemitério dos Anjos. A lápide mais antiga é a do imigrante alemão Adam Engelmann, enterrado em 1875.
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O túmulo que mais chama a atenção é o da pequena Metha Catharina Wegener, de sete meses. Ela nasceu em 12 de outubro de 1890 e morreu tragicamente em 20 de maio de 1891, picada por uma jararaca. Os pais, Gustavo e Maria, trabalhavam na roça e deixaram o bebê descansando em um balaio, na sombra de uma árvore. Quando foram pegá-la, a criança estava morta e, embaixo de seu corpo, encontraram a serpente.
Para externar sua dor e alertar as famílias para os riscos dos animais peçonhentos, o casal encomendou uma grande cruz de ferro fundido, que foi colocada no alto da lápide. A obra artística, feita por um ferreiro anônimo, tem no centro uma cobra com riqueza de detalhes, incluindo o dorso revestido por escamas.
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Moradores das redondezas, que ouviram a história em relatos de pais e avós, logo lembram de uma antiga lenda, que diz que cobras sugam o leite de vacas e até de mães que estão amamentando. Como no cesto havia uma mamadeira com chupeta, eles concluem que o réptil foi ao balaio (berço) atrás de leite. A criança, ao brincar com a cobra, acabou morta.
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