No final de setembro e no início de outubro de 1953, ocorreram grandes enchentes no Estado, com enormes prejuízos em nossa região. Para agravar a situação, ruiu a ponte sobre o Rio Pardo, na estrada que liga Santa Cruz a Candelária (hoje RSC-287). Chamada de “monstro de ferro e cimento”, a ponte estava pronta há algum tempo, mas ainda não havia sido usada, pois o aterro na várzea encontrava-se em obras. A queda foi no dia 1º de outubro, quinta-feira à tardinha. Na sexta-feira, a notícia chegou a Santa Cruz. Mas, devido à enchente na várzea do Rio Pardinho, que interditava a rodovia, a Gazeta só chegou ao local no sábado, usando um caminhão emprestado por Osvaldinho de Oliveira.
Os moradores das imediações relataram que ouviram um estrondo, como se fosse uma explosão. Mas jamais imaginaram que a água pudesse ter demolido a ponte, com 91 metros de comprimento e oito de largura. Uma equipe do Daer realizou vistoria e apontou que o deslocamento de uma rocha embaixo de um pilar poderia ter causado o problema. Para os moradores, no entanto, o motivo foi a falta de mais bueiros ao longo do aterro.
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O Daer afirmou que a reconstrução ocorreria em 300 dias, mas a travessia só foi liberada cinco anos depois. Ela era uma esperança para agilizar o deslocamento de Santa Cruz a Candelária, Santa Maria e vice-versa. Transpor o Rio Pardo com barca causava enormes transtornos. Em 6 de setembro de 1957, um ônibus levando 38 santa-cruzenses para um casamento em Candelária precipitou-se no rio quando ia acessar a barca. Duas senhoras, de 65 e 79 anos, morreram. Pessoas feridas e em estado de choque foram atendidas no hospital candelariense. Um menino de 2 anos foi salvo por um morador, cem metros abaixo da queda.
A primeira ponte, que custou 5 milhões de Cruzeiros, foi erguida pela Cia. Ster, do Rio de Janeiro, vencedora da licitação. Com a queda, ela assumiu a reconstrução da nova.
Pesquisa: arquivo da Gazeta do Sul
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