Com a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), membros do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados defenderam nesta quarta-feira, 19, que o peemedebista faça delação premiada para ajudar “a passar o País a limpo”.
“Se ele tem algo a revelar, acho bom que o faça. É preciso tirar debaixo do tapete muita coisa que estava escondida. Acho que é um bom momento”, disse o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), que foi relator do processo de cassação de Cunha.
Embora a prisão já fosse esperada há meses entre os ex-colegas de Cunha, o fato do juiz Sérgio Moro decretar sua prisão preventiva surpreendeu o ex-relator. Para Rogério, Cunha foi preso ou porque continuou cometendo crimes, ou pode ter ameaçado testemunhas, destruído provas ou dificultado o prosseguimento da ação penal. “A prisão cautelar é sempre uma exceção”, ponderou. O deputado lembrou que, durante a fase de presidência da Câmara, Cunha obstruiu o andamento dos trabalhos no Conselho de Ética.
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Rogério disse não ter dúvidas de que a instrução processual levará Cunha à condenação e que a punição no Parlamento já aconteceu com a cassação do mandato há um mês. “Agora é o Judiciário quem cumpre o seu papel”, afirmou.
Arqui-inimigo político de Cunha, o também conselheiro Júlio Delgado (PSB-MG) disse que a prisão do ex-deputado pode comprometer o grupo político do qual Cunha fazia parte. “A prisão traz mais receio para quem conviveu com ele”, destacou. Delgado defendeu que Cunha colabore com a Justiça e faça a delação não para reduzir sua pena, mas para contribuir com o País. “A delação é uma colaboração que ele dá para a sociedade”, pregou.
Já o presidente do colegiado, José Carlos Araújo (PR-BA), lamentou a prisão, mas disse que o ex-deputado procurou esse destino. “Essa prisão já era esperada”, declarou. Quanto à possibilidade de delação premiada, Araújo sinalizou que também espera a contribuição de Cunha com as investigações. “Ele deve estar com tudo planejado. Vamos ver o que vai acontecer”, disse.
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