Polícia

Megaoperação nacional contra lavagem de dinheiro apreende veículos em Santa Cruz

Dois veículos foram apreendidos na manhã desta quarta-feira, 7, em Santa Cruz do Sul, em desdobramento de uma megaoperação policial deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo. A ação contra lavagem de dinheiro cumpre, em 113 de municípios de 23 estados, 403 mandados de busca e apreensão, quatro prisões preventivas, busca e apreensão de 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves. Com exceção dos imóveis, os demais bens apreendidos estão avaliados em aproximadamente R$ 43 milhões.

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Em Santa Cruz do Sul, foram apreendidos um carro e uma motocicleta em cumprimento de dois mandados de busca e apreensão no Bairro Schulz. A Draco do município foi responsável pelo trabalho.

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Moto também foi apreendida durante a operação | Foto: Guilherme Bica

As investigações referentes à ofensiva, denominada de Fim da Linha, começaram no ano de 2021 visando desmantelar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, contrabando de cigarros e armas em diversas regiões do Rio Grande do Sul.

Início e objetivos das investigações

Segundo o delegado Diogo Ferreira, titular da Draco Passo Fundo, no decorrer das investigações da Operação Fim da Linha, diversas ramificações desta organização criminosa foram identificadas, sendo possível comprovar que muitos criminosos comandavam o comércio ilícito de drogas de dentro do sistema prisional, com vinculação, num primeiro momento, a duas das facções criminosas do país: uma delas atuante no RS e outra a nível nacional.

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As investigações culminaram em diversas ações penais em diversas Comarcas do Estado, todas com o objetivo de investigar as subdivisões desta organização criminosa. No curso da investigação, foi apurado o líder da célula desta organização criminosa que comandava o tráfico na região norte do estado do Rio Grande do Sul e, a partir daí, foram realizadas diversas diligências para verificar quem lhe fornecia as drogas, para quem ele as revendia, quem trabalhava para ele, quem transportava seu dinheiro e o dinheiro que dele partia para as instâncias superiores da facção criminosa.

Lavagem de dinheiro

A investigação apurou farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, PIX e números de contas bancárias tanto de pessoas físicas, como de pessoas jurídicas, algumas criadas exclusivamente para “lavar o dinheiro” das organizações criminosas. Parte destas contas bancárias e empresas especializadas em lavar dinheiro eram as mesmas, que já haviam sido investigadas por delitos semelhantes vinculados às operações da maior organização criminosa transnacional com sede no Brasil, porém, em atividade em diversos países.

No decorrer da apuração, foi verificada a existência de vários “laranjas” de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores advindos do tráfico para outros escalões da organização, considerando que a facção local de Passo Fundo está vinculada a outras duas facções, uma com atuação no Rio Grande do Sul e outra a nível nacional.

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Também foi constatado que vários dos investigados que surgiram com as informações obtidas das quebras de sigilo telefônico são de outros Estados, como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Bahia, dentre outros Estados. Da mesma forma, verificou-se a existência de pessoas físicas e jurídicas que funcionam como “laranjas” nos atos de lavagem de dinheiro. “Muitas vezes eram pessoas que movimentam vultosas quantias em dinheiro, mas que moram em locais simples, totalmente incompatíveis com as movimentações. Assim como foi constatada a existência de pessoas jurídicas que são tipicamente empresas fantasmas ou que têm suas contas utilizadas exclusivamente para atos de lavagem de dinheiro”, esclareceu o delegado.

Foram constatadas diversas transferências eletrônicas para pessoas jurídicas e físicas de todo o país, muitas vezes de valores vultosos, e também a existência de inúmeros depósitos realizados de forma fracionada, geralmente na mesma data, diretamente no caixa, dificilmente identificáveis.

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Além disso, a investigação apontou, inicialmente que a facção atuante no Rio Grande do Sul utiliza a estrutura da facção nacional para lavar o dinheiro oriundo do tráfico de drogas, contrabando de cigarros e outros crimes. No entanto, durante as análises e diligências, foi possível apurar que estas empresas e pessoas físicas identificadas, além de lavar o dinheiro dessa facção, também branqueavam o dinheiro de outra facção em alguns Estados.

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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