Na coluna anterior, lembramos da lepra, doença contagiosa e que provocou muito pavor entre os santacruzenses nas primeiras décadas do século passado. Mas ela não foi a única enfermidade: do final do século 19 até por volta de 1950, a tuberculose também espalhou pânico na região.
Sem cuidados sanitários adequados, com a escassez de médicos e sem medicamentos para tratar os doentes, o Brasil tornouse campo fértil para a expansão do mal. Doença altamente contagiosa e quase sempre mortal, ela só começou a diminuir a partir de 1945, quando surgiram antibióticos mais potentes.
Não existem estatísticas daquela época, mas os casos eram muitos no município. Em 1934, o Hospital Santa Cruz contratou o médico húngaro André Bátor (1903- 1978), que era especialista em tisiologia e pneumologia. O Anjo Branco, como era chamado, criou o isolamento da casa de saúde, um local específico para internação de tuberculosos.
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Bátor atuou por 44 anos na cidade e se tornou referência no atendimento para tuberculose e outras doenças graves, pois era clínico e cirurgião. Havia dois ambientes no isolamento. A parte de baixo era reservada para os casos avançados. Lá só entravam o médico e pouquíssimas enfermeiras, como Schwester Olinda, a irmã franciscana que era considerada o braço direito de Bátor.
Antes de o HSC contar com o serviço especializado, os doentes encontravam tratamento no Hospital de Cura Natural Santa Cruz, criado em 1889 pelo médico alemão Carl Eduard Kämpf. O local, que depois se chamou Sanatório Kaempf e Clínica Vida Nova, oferecia atendimentos alternativos como hidroterapia, sauna, banhos de lama e outros.
A alimentação era selecionada e produzida na chácara da instituição. Lá também havia local específico, isolado, onde os doentes podiam tomar banhos de sol, que era uma recomendação para a recuperação da saúde.
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