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Saúde

Médicos brasileiros vão substituir os cubanos

Médicos brasileiros vão ocupar as 710 vagas antes destinadas a cubanos, segundo o Ministério da Saúde. O envio dos estrangeiros para o Programa Mais Médicos foi suspenso pelo próprio governo de Cuba, que alega descumprimento de termos do acordo de cooperação. O motivo é o crescimento de ações judiciais que permitem aos cubanos permanecer no Brasil mesmo após o fim do período estipulado

Pelo menos sete cubanos estavam com viagem marcada para Santa Cruz e Rio Pardo ainda neste mês. Agora, eles terão que abandonar a missão. No Vale do Rio Pardo, dos 13 municípios da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), dez contam com médicos cubanos, conforme dados do Ministério da Saúde. São 19 estrangeiros na região. Mesmo com a suspensão do encaminhamento de novos profissionais, os que já atuam nas unidades da saúde não serão obrigados a retornar ao país de origem. Eles terão direito de continuar o trabalho até que termine o contrato, cuja duração é de três anos.

Em Santa Cruz do Sul, há oito cubanos trabalhando nas Estratégias Saúde da Família (ESFs) Linha Santa Cruz, Gaspar Bartholomay, Glória, Rauber, Progresso, Alto Paredão, Pedreira e Figueira. Destes, seis se encontram no período de término da missão e devem retornar a Cuba entre o fim de abril e início de maio. De acordo com a secretária da Saúde, Renice Coimbra, todos os médicos que estão de partida seriam substituídos por uma nova leva de cubanos.

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Apesar do cancelamento, a responsável pela pasta informa que o Ministério da Saúde garantiu a substituição dos estrangeiros por médicos brasileiros. “Nos reunimos em Brasília ainda em dezembro, quando a vinda dos cubanos já estava incerta, e nos afirmaram que, caso o acordo não fosse firmado, essa substituição seria feita e o período sem profissionais seria curto”, afirmou. Renice também não descarta a possibilidade de estudar outras formas de preencher as vagas.

Em Rio Pardo, secretário de Saúde lamenta

A Estratégia Saúde da Família (ESF) Ramiz Galvão, em Rio Pardo, aguardava um profissional cubano vinculado ao Mais Médicos. Segundo o secretário da Saúde de Rio Pardo, Augusto Pellegrini, o município, agora, espera por um pronunciamento do Ministério da Saúde a fim de verificar de que forma se dará a reposição. Até que uma solução de concretize, os pacientes serão encaminhados às unidades de saúde mais próximas. “Temos muitas dificuldades em conseguir profissionais que atuem em regiões mais distantes e carentes, por isso a presença dos cubanos era importante.”

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Segundo Pellegrini, além de não haver tanta rotatividade – como no caso dos brasileiros, que muitas vezes trocam a assistência básica por outras propostas de trabalho –, os cubanos estabeleceram vínculos com a comunidade. “Eles conquistaram a confiança da população e colaboraram muito para qualificar o atendimento”, complementou.

Atualmente só um profissional de Cuba atua em Rio Pardo, na ESF Vila Pinheiros. Seu contrato se estende até dezembro de 2020. Na semana passada, outra médica, que estava com o contrato acabando, fugiu. Conforme o secretário Augusto Pellegrini, foi o segundo caso de fuga desde o início do ano. “Alguns não querem voltar para o seu país.”

Quatro mil cubanos devem deixar o Brasil até julho

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A decisão de Cuba de suspender o envio de médicos é uma reação ao aumento de ações na Justiça que garantem a permanência de cubanos no Brasil, mesmo depois de serem convocados de volta pelo governo da ilha. Hoje há pelo menos 88 liminares garantindo que os médicos fiquem no País. Segundo o ministro da Saúde, Ricardo Barros, o governo cubano quer evitar a renovação de contratos de seus profissionais e reduzir a criação de vínculos com o Brasil.

Pelos cálculos do governo, 4 mil cubanos deverão deixar o Brasil até julho, depois de terem permanecido durante três anos trabalhando no programa. Apesar de garantir a substituição deles por brasileiros, Barros afirma que a decisão de Cuba poderá deixar vazios na assistência em saúde. Isso porque a expectativa do governo federal era reservar para médicos estrangeiros as vagas que tradicionalmente são consideradas pouco atrativas por brasileiros, como áreas de difícil acesso e distritos indígenas.

OS NÚMEROS

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Veja quantos cubanos atuam 
na região
Santa Cruz do Sul        8
Candelária        2
Herveiras        1
Mato Leitão        1
Pantano Grande        2
Passo do Sobrado        1
Rio Pardo        1 
Sinimbu            1
Vale do Sol        1
Vale Verde        1
TOTAL            19

Fugas

Atualmente só um profissional de Cuba atua em Rio Pardo, na ESF Vila Pinheiros. Seu contrato se estende até dezembro de 2020. Na semana passada, outra médica, que estava com o contrato acabando, fugiu. Conforme o secretário Augusto Pellegrini, foi o segundo caso de fuga desde o início do ano. “Alguns não querem voltar para o seu país.”

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