Médicos acreditam que fã de Ana Hickmann sofria de erotomania

Após entrar no quarto em que Ana Hickmann estava hospedada em Belo Horizonte, Rodrigo Augusto de Pádua foi morto por tiros neste sábado, 21. Depois da fatalidade, seu comportamento obsessivo e admiração exagerada pela apresentadora foram revelados nos meios de comunicação. Internautas encontraram o Instagram e as suas contas no Twitter, onde Pádua publicava mensagens e tinha, supostamente, conversas com Hickmann.

Seus familiares afirmam que Rodrigo não tinha transtornos. Porém, psiquiatras acreditam que Pádua era muito mais do que um fanático. Para os médicos, o responsável pelo atentado sofria de erotomania. Erotomania é um tipo de transtorno psiquiátrico em que a pessoa acredita que alguém de status elevado – como celebridades, políticos e até mesmo, médicos – mantém uma paixão secreta por ele. Dessa forma, o individuo sofre delírios.

Pádua publicava mensagens para Ana Hickmann nas redes sociais

Foto: Reprodução/Twitter

Em entrevista ao Extra, o psiquiatra Daniel Sócrates explica: “O sujeito tem sensação de que é correspondido, que a outra pessoa também o ama, mas que por algum motivo eles não conseguem ficar juntos. Mas chega um momento em que essa paixão, essa doçura começa a ficar mais raivosa, porque ele está sendo frustrado, já que ele devia ter um projeto mental de que os dois iam ficar juntos.”

Rodrigo Pessanha, médico em psiquiatria pela UFRJ, diz o indivíduo que sofre da síndrome crê receber mensagens sutis através dos meios em que a celebridade se insere. “Prevalece a ideia de que a outra pessoa envia sinais sutis através de meios de comunicação, como internet, rádio, televisão.” Pessanha crê que era isso o que ocorria: “Então, a apresentadora podia estar em seu programa e alguma atitude sua era interpretada de outra forma por ele. Também é comum o paciente acreditar que está recebendo mensagens telepáticas da pessoa, convidando ele a começar um relacionamento com ela.”

Instagram de Pádua era repleto de mensagens para a apresentadora

Foto: Reprodução/Instagram

Entenda

Apesar de ser um transtorno raro, não há como mapear quem está sujeito a sofrer. Não existem causas para o distúrbio. Casos de violência em que envolvem a erotomania também costumam ser incomuns. Para identificar, é necessário prestar atenção às suspeitas: Acreditar que seu ídolo corresponde a paixão e indicar que estão conversando é um sintoma delirante. Dificuldade de interagir socialmente e apresentar outras formas de delírio também são sintomas.

Para buscar o tratamento, é necessário que a família busque os médicos sem quebrar o delírio. Uma forma de fazer isso é indicar que o indivíduo vai receber ajuda para superar o suposto relacionamento e dar um fim ao sofrimento que está sentindo. Normalmente, o tratamento exige psicoterapia e medicação antipsicótico.

Santa-cruzense foi atacada neste sábado, 21, por Rodrigo Augusto de Pádua

Foto: Reprodução

– Com informações do Extra.