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Médico esclarece dúvidas sobre a dengue; leia

El Niño e altas temperaturas favorecem aumento de casos de dengue

Aedes aegypti, transmissor da dengue | Foto: Rodrigo Méxas e Raquel Portugal / Acervo Fiocruz Imagens

À medida que novos casos de dengue são confirmados no Rio Grande do Sul, surgem dúvidas quanto à doença, sintomas e a vacina, que está disponível apenas na rede privada de saúde no Estado. Em entrevista à Rádio Gazeta 107,9 FM, na manhã dessa segunda-feira, 19, o médico infectologista Eduardo Sonda explicou que a dengue é uma doença viral transmitida pela fêmea do mosquito, principalmente da espécie Aedes aegypti, que se desenvolvem mais entre os meses de outubro e abril, por causa do calor e ocorrência de chuvas.

No Brasil, existem quatro tipos de dengue. Os mais comuns no Estado são os sorotipos 1 e 3. “Todas elas provocam os mesmos sintomas e os mesmos riscos, mas o nosso maior problema é a reinfecção por conta do risco da dengue hemorrágica”, afirmou.

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Após a pessoa receber a picada, segundo o médico, os sintomas podem se manifestar no período de uma a duas semanas. Em caso de dengue, a pessoa infectada geralmente sente febre, dores pelo corpo, músculos, articulações e também atrás dos olhos. No entanto, na hemorrágica, o corpo vai reagir de forma exacerbada ao vírus, podendo manifestar ainda pequenas pintas roxas pelo corpo, dor abdominal, náuseas, vômitos e, em quadros mais graves, a falta de ar. 

Com a manifestação dos primeiros sintomas, o infectologista apontou que o ciclo da doença é de cerca de sete dias. Ele frisou que não existe remédio específico. “A hidratação é o melhor tratamento para diminuir as reações, e em casos de dor, o uso de alguns remédios para tratamento sintomático”, completou. No entanto, Sonda ressaltou que a pessoa deve procurar por orientação médica diante dos primeiros sinais.

Para que não haja confusão com sintomas de outras doenças, como a Covid-19, Sonda lembrou que a dengue é uma doença viral e não respiratória. Assim, não vai manifestar sinais como tosse e coriza. “É preciso acender o alerta para sinais mais específicos como dor atrás dos olhos, nas articulações e o surgimento de manchas na pele.”

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Desafios na prevenção da dengue

A vacina da dengue, que está sendo distribuída no Estado através da rede privada e não tem previsão para chegar no Sistema Único de Saúde (SUS), é indicada para pessoas dos 4 aos 60 anos, comentou Sonda. Por ser feita de vírus vivo atenuado, pode gerar algumas reações, mas que duram de 24 a 48 horas. “Pacientes com imunidade mais baixa, ou que realizam algum tratamento oncológico e para doenças autoimunes, precisam conversar com o médico antes de aplicar.” 

Segundo Eduardo Sonda, o produto possui duas doses e é indicado porque a imunidade induzida reduz a chance do desenvolvimento da dengue hemorrágica, caso seja contraída no futuro. O infectologista frisou que, até então, não há nenhum estudo que indique a necessidade de reforço. “A pessoa fará as doses da vacina e a imunização será para o resto da vida. Pode ser que isso mude no futuro, mas por enquanto não”, concluiu.

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Fique atento

  • Não existe dengue sem sintomas.
  • Crianças, idosos e pacientes que realizam tratamentos com imunossupressores estão entre as pessoas dos grupos de risco. 
  • A doença, de modo geral, não deixa sequelas. 
  • Qualquer pessoa pode manifestar dois tipos de dengue em períodos pequenos de tempo. 
  • Contrair a dengue uma vez não torna a pessoa imune à doença. Por haver mais de um sorotipo, é possível contrair novamente.  
  • Nem todos os mosquitos transmitem a dengue. 
  • Os mosquitos são atraídos pelos cheiros exalados pelo ser humano, mas não têm preferência pelo tipo sanguíneo. 
  • Não existe repelente específico para se proteger da dengue, mas o seu uso é indicado.
  • Própolis, vitamina B ou inhame não servem como um repelente para os mosquitos da dengue. 

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