O retorno do zagueiro Neto para Chapecó na noite dessa quinta-feir, 15, fez a torcida comemorar a recuperação do sobrevivente do desastre aéreo com a Chapecoense e a ter esperança da volta dele aos gramados. O médico do clube, Edson Stakonski, afirmou ser possível que no futuro o defensor retorne a jogar profissionalmente, mesmo depois de ter ficado com a vida por um fio após o acidente na Colômbia.
“Ele é um lutador, porque ficou oito horas esperando para poder ser resgatado. Ele esteve muito mal há uns sete dias e em menos de uma semana estamos no Brasil. A volta ao futebol? A chance existe”, explicou o médico. Stakonski acompanhou todo o trabalho de recuperação dos quatro sobreviventes brasileiros do acidente do dia 28 de novembro e retornou para Chapecó no mesmo voo que trouxe Neto.
Segundo o médico, é difícil estipular previsão de retorno por Neto ter sobrevivido a um acidente raro, com poucos parâmetros anteriores de comparação. “Esse acidente é um trama cinético muito forte. Então, não se existe muita experiência sobre isso. De 71 mortos, somente seis sobreviveram. Isso é uma vitória muito grande”, comemorou.
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Neto demonstrou medo em voltar a viajar de avião, mas durante as cerca de nove horas de traslado entre Medellín e Chapecó, incluindo uma parada em Manaus, permaneceu acordado. “Teve algumas reclamações de dores. Como ele é muito alto, quase não cabia na maca. Mas conversamos bastante, ele me contou da carreira de jogador. Foi uma viagem agradável diante de tudo o que vivemos nessa fase”, explicou. Neto foi o último sobrevivente brasileiro a voltar ao País.
O jogador de 31 anos ficará internado nos próximos dias no Hospital Unimed, em Chapecó, onde já estão o lateral Alan Ruschel e o jornalista Rafael Henzel. O goleiro Follmann será transferido para o local nos próximos dias, assim que tiver a liberação no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
“Quando cheguei na Colômbia, no dia do acidente, tínhamos o objetivo de trazer quem estivesse vivo, e cumprimos isso. Os seis sobreviventes saíram de lá, tanto os nossos quatro, como os dois tripulantes bolivianos”, comemorou o médico, que viajou vestido com uma camisa do Atlético Nacional.
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A escolha pela roupa foi para homenagear o acolhimento dos colombianos. “Eu precisava fazer uma demonstração de carinho. Tivemos muita liberdade para trabalhar no hospital. Não sei se no Brasil deixaram fazer o que nós fizemos. Espero que esse episódio reaproxime Brasil e Colômbia, porque são dois países com uma estrutura monstruosa, mas que não se enxergam”, afirmou.
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