A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que prendeu na tarde desta quinta-feira, 19, o médico Denis César Barros Furtado, conhecido como Dr. Bumbum, que estava foragido há quatro dias. Sua mãe, Maria de Fátima Furtado, 66, também está presa. Ele é acusado pela morte de uma paciente, a bancária Lilian Calixto, 45, que faleceu na madrugada de domingo, 15, após ter sido submetida a um procedimento estético realizado no apartamento do médico, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. A prisão temporária do médico e de sua mãe foi decretada logo após a morte.
O médico foi encontrado por policiais em um centro empresarial na Barra da Tijuca, zona norte da cidade, após receberam informações por meio do Disque-Denúncia. A ação surpreendeu aos envolvidos, já que os suspeitos negociavam os termos para a entrega ainda nesta quinta. A bancária buscava um procedimento para aumentar o glúteo. A intervenção ocorreu no sábado, 14, e a paciente foi socorrida pelo próprio médico, pela mãe dele, que teria atuado como auxiliar, e ainda pela namorada de Denis, que afirma que trabalhava apenas como secretária. Os três aparecem nas imagens gravadas pelo circuito interno do hospital.
Lilian Calixto morava em Cuiabá e chegou ao Rio no final de semana apenas para realização da cirurgia estética. Segundo informações da unidade de saúde, ela chegou em estado extremamente grave e mesmo após “manobras de recuperação”, não foi possível reverter o quadro. A paciente acabou morrendo duas horas após atendimento devido a uma embolia pulmonar, que é quando a pessoa tem o pulmão infiltrado por líquidos. O médico, que não tem registro para atuar no Rio nem formação em cirurgia plástica, é suspeito de ter injetado um produto chamado PMMA (polimetilmetacrilato) no glúteo da paciente.
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De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o PMMA pode ser usado em procedimentos estéticos para corrigir rugas e restaurar pequenos volumes perdidos de tecidos com o envelhecimento. Mas nem a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) nem a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) recomendam o uso do produto para fins estéticos.
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A defesa do médico afirmou em entrevista coletiva concedida a jornalistas na tarde desta quarta-feira, 18, em Brasília disse que julgar Furtado como culpado pela “fatalidade” ocorrida com a paciente é “precoce”. Segundo a advogada Naiara Baldanza, o médico demorou para se entregar à polícia por problemas de saúde. “Ele está sofrendo um grande impacto emocional, ele começou a desenvolver uma síndrome do pânico. Então há um motivo pelo qual existe uma dificuldade, nesse momento, para que ele se apresente, e não é o motivo de obstaculizar o trabalho da Justiça”, afirmou a advogada.
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