Uma nova terapia na área de medicina nuclear vem sendo utilizada desde setembro do ano passado em Santa Cruz do Sul. A terapia, realizada no Centro de Diagnóstico e Intervenção por Imagem (CDII) do Hospital Santa Cruz (HSC), é utilizada para alívio dos sintomas do câncer de próstata em pacientes com metástases ósseas. O tratamento é usado em pacientes já em terapia que se encontram geralmente no estágio mais avançado da doença, quando não respondem mais ao tratamento de primeira linha dessa patologia.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata é o segundo tipo mais comum entre os homens, prevalência que gera grande preocupação entre as instituições e profissionais de saúde. A técnica por meio da medicina nuclear é inovadora e auxilia no controle da doença no estágio terminal, permitindo obter a estabilidade dos sintomas e melhorando, assim, a qualidade de vida do paciente.
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Conforme o médico nuclear do CDII, Rômulo Aléscio Tonon, para realizar a terapia o paciente deve ser encaminhado por um oncologista. Após triagem, são feitos exames para avaliar as condições do paciente e a indicação da dose. “O tratamento completo é composto de seis aplicações com intervalos de quatro semanas entre as doses”, explica o médico. “Entre cada aplicação são feitos novos exames e avaliação clínica para controle do tratamento”, acrescenta.
Tonon destaca que não são todos os serviços de medicina nuclear que oferecem a nova terapia. Para isso é preciso ter equipe médica qualificada e autorização junto à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), que emite uma licença específica para uso e manuseio do medicamento à base de substância radioativa – Xofigo (223-Radio).
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A Medicina Nuclear é uma especialidade médica que utiliza radiofármacos e radioisótopos para diagnosticar e tratar doenças. É um método não invasivo que permite a realização de imagens do corpo inteiro (cintilografia), fornecendo informações sobre as funções dos órgãos. A medicina nuclear também auxilia na detecção precoce de diversas patologias devido à capacidade de identificar alterações funcionais e metabólicas.
É indicada para a realização de exames cardíacos, dos ossos e das articulações, avaliação de patologias e função dos rins, algumas doenças neurológicas e psiquiátricas, do trato gastrointestinal, bem como na avaliação e no tratamento de patologias da tireoide, entre outros.
Os exames são realizados utilizando-se pequenas doses de radiofármacos, administrados mais comumente por via endovenosa ou oral. Estes concentram-se em determinado órgão ou sistema e propiciam a avaliação da fisiopatologia, com capacidade de documentar informações sobre o local estudado. As imagens são adquiridas por uma gamacâmara, um equipamento sensível à radiação.
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