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Mauro Ulrich: Belchior viveu um tempo entre nós

Há menos de meio ano atrás, o jornalista Mauro Ulrich, editor de cultura da Gazeta do Sul, dedicou um caderno Magazine ao cantor Belchior. No material que fez parte da edição da virada do ano do jornal, Mauro divulgou uma coletânea com os sucessos do artista, que estava sendo lançada e escreveu um texto, que falava não só sobre as especulações de que Belchior residia na cidade, mas também sobre os encontros que havia tido com o músico na região em duas ocasiões.

Confira o texto na íntegra, e as páginas do suplemento Magazine na edição de sábado e domingo, 31 de dezembro de 2016 e 1º de janeiro de 2017:

Eu e o Bel

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Belchior é quase uma aparição tipo aquele personagem dos gibis, o Fantasma. Alguns de meu amigos, aqui de Santa Cruz do Sul, o viram recentemente, estiveram com ele e até o mantiveram como hóspede. Mas nunca me convidaram para um bate-papo com o cantor, com receio, talvez, que eu publicasse algo que pudesse expor o seu paradeiro, enfim. Nunca tive essa pretensão. Minhas fontes só aparecem – e isso é uma regra básica de um código de ética que eu estabeleci – quando querem. E se quiserem. Se não quiserem, adeus, e não se fala mais nisso.

Mas sei que, sim, Belchior viveu um tempo entre nós, pulando de galho em galho. Ou melhor, de apê, casa e chácara… Talvez até ainda viva por aí, disfarçado, entregue à própria sorte, aos cuidados de seus anfitriões. Estes, os anfitriões, me contam sempre uma mesma história: Belchior é um cara normal, boa-praça, que respira, ri e chora, mas que hoje passa longe de microfones e violões. Nem do passado gosta muito de falar. E assim como aparece, desaparece sem deixar vestígios. Ah, e tem uma mulher intensa, “uma mulher chata” (segundo quem a conhece) e que manda nele. Até aí tudo bem, né, algumas garotas gostam mesmo de mandar… 

Fico então pensando: “Puxa vida, que saco, o Belchior morando comigo, e sem cantar uma musiquinha!” Tem alguns sons dele que eu gosto, que me emocionam quando ouço. Estive com ele duas vezes, no século passado, quando ele ainda não era um “fugitivo”. Uma vez aqui, no Pinus Parque Hotel (foto ao lado) , e a outra num hotel em Venâncio Aires. Ele sempre muito cordial, transpirando arte, um desenhista e pintor meticuloso, bastante exigente consigo. Me mostrou os seus rascunhos e me deixou o seu endereço, para quando eu escalasse o País. Não tinha nenhuma mulher chata por perto e, naquela época, ele até cantava. E muito bem!

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