O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, confirmou nesta terça-feira, 20, o nome de Maurício Valeixo, atual superintendente da Polícia Federal no Paraná, como o próximo diretor-geral da Polícia Federal, em substituição a Rogério Galloro. Moro confirmou também a delegada Érika Marena, superintendente da PF em Sergipe, como próxima chefe do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI).
“Valeixo tem a missão de fortalecer a PF e que a PF possa direcionar as investigações com foco em combate à corrupção e ao crime organizado. São desafios, mas é uma pessoa plenamente capacitada”, disse Moro ao anunciar o nome no comitê de transição do governo em Brasília. O convite foi antecipado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” na segunda-feira.
Valeixo foi o número 3 da Polícia Federal durante parte da gestão do ex-diretor-geral Leandro Daiello, quando o atual diretor, Rogério Galloro, era o número 2. A avaliação dentro da Polícia Federal é de que Valeixo é um bom nome e a escolha dele é vista não como uma ruptura, e sim como uma espécie de continuidade do trabalho que vem sendo desenvolvido no órgão, ao mesmo tempo que demarca a força do grupo de trabalho da Polícia Federal que atua no Paraná, o qual também terá outros integrantes no time de Moro.
Publicidade
LEIA MAIS
- Gabriela Hardt dá primeira condenação da Lava Jato após pedido de demissão de Sérgio Moro
- Sérgio Moro convoca pioneiros da Lava Jato
A delegada Érika Marena, que coordenou a Lava Jato em sua origem, foi escolhida por Moro para assumir o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI), órgão estratégico para investigações internacionais e cooperação com outros países, sobretudo para desvendar esquemas de lavagem de dinheiro. Segundo Moro, Érika é a pessoa mais qualificada no Brasil para atuar nessa área. “Como vimos na Lava Jato e em outros casos, é muito comum a lavagem de dinheiro no exterior”, disse Moro, ao destacar a importância da função.
Érika foi alvo de questionamentos na Operação Ouvidos Moucos, que prendeu o reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Cancellier, que se suicidou apontando a prisão como indevida. Houve críticas quanto a um possível abuso da PF. Uma sindicância, no entanto, apontou que a conduta dela foi adequada
Publicidade
“A delegada tem minha plena confiança, o que houve em Florianópolis com o reitor foi uma tragédia, e a família tem toda a solidariedade. Mas foi um infortúnio na investigação e a delegada não tem responsabilidade quanto a isso”, afirmou Moro.
Outro nome da Lava Jato que pode vir para o time de Moro em Brasília é o delegado federal Márcio Anselmo, o condutor do inquérito original da operação. Moro disse que é um nome possível, mas não está confirmado. Segundo ele, Anselmo trabalha num cargo estratégico na PF. “Existem pessoas de qualidade que passaram na Lava Jato e todas essas pessoas estão de certa maneira no radar”, disse.
Outro nome que pode entrar na equipe é o próprio diretor-geral Rogério Galloro. Moro disse também que o convidará para alguma função no ministério, ainda não definida.
Publicidade
Moro também elogiou a permanência de Wagner Rosário como ministro da Controladoria Geral da União, posto que já ocupa no governo Michel Temer. A recondução de Rosário foi anunciada ontem pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro. “A escolha foi do presidente, mas é uma boa escolha”, disse Moro.
STF
Mais cedo, Moro esteve no Supremo Tribunal Federal para encontro com o presidente da Corte, ministro Dias Toffoli. Segundo o STF, a visita de cortesia foi solicitada por Moro. Foi a primeira vez que Moro esteve no Supremo depois de se exonerar da Justiça Federal do Paraná, onde foi o julgador, na 13.ª Vara Federal, dos processos da Lava Jato.
Publicidade
Toffoli falou com Moro sobre a preocupação dele com o índice de homicídios no Brasil e o atualizou sobre algumas ações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como o convênio com o Ministério da Segurança Pública e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para aquisição de tornozeleiras eletrônicas e cadastro biométrico de presos.