Quem quiser reformar ou fazer alguma obra em sua propriedade nos próximos meses terá de se apressar e aproveitar o que ainda há em estoque nas lojas. O fornecimento de produtos para o comércio de materiais de construção sofre as consequências da pandemia de Covid-19, que paralisou atividades de produtores e fornecedores, e itens começam a faltar nos estabelecimentos.
Em março e abril, segundo pesquisa mensal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a indústria brasileira reduziu sua produção em 27%. Porém, entre maio e setembro, a economia registrou recuperação da atividade industrial e chegou a ficar 0,2% acima da produção verificada no País em fevereiro, antes da pandemia. Na contagem de 12 meses, de setembro de 2019 a setembro deste ano, a redução da atividade da indústria brasileira foi de 5,7%, segundo o IBGE.
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Apesar de o País acumular cinco meses de recuperação da indústria, a demanda por materiais de construção ainda é superior à oferta dos produtos, o que afeta as lojas da região. Depois de dificuldades para produzir em virtude de fechamentos de fábricas e restrições para evitar a disseminação do vírus, após a retomada da produção a indústria não conseguiu suprir a alta das necessidades nas lojas.
O proprietário da Sonholar Materiais de Construção, Adriano José Kappaun, revela que itens muito usados, como tijolos, telhas, cerâmicas e pisos, são os mais afetados pela situação. “A procura é grande, o problema é a falta de mercadorias. Em obra o pessoal quer para logo, não quer esperar”, comenta. O movimento dos consumidores chegou a aumentar durante a pandemia, de acordo com avaliação dos comerciantes. A solução foi adiantar a compra para não correr o risco de ficar desabastecido.
A situação também é verificada pelo gerente da Casanova Materiais de Construção, Clovis Juarez Haeser. Para seguir atendendo os clientes da melhor forma, a empresa começou a se antecipar há três meses. “O que a gente conseguiu com alguns fornecedores foi programar lá em agosto. São compras antecipadas, programadas, mas mesmo assim estamos deixando de vender por falta de mercadoria”, aponta.
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Valores em alta
Com menor oferta no mercado, os valores dos produtos sofrem modificações. O preço do tijolo, por exemplo, chega a ter 50% de aumento no custo para os comerciantes locais. Isso reduz a margem de lucro para quem vende e afeta o preço na prateleira ao consumidor final. Itens que precisam de aço ou cobre, como aberturas, fios e ligas metálicas como latão ou bronze, tiveram um aumento ainda maior, chegando a dobrar de preço.
A estimativa é que a situação não deve se resolver em breve, o que pode afetar aquela reforma da casa para aproveitar o verão. Alguns comerciantes acreditam que a retomada vai ocorrer só a partir de março de 2021.
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Segundo comerciantes de Santa Cruz, alguns produtos demoram 60 dias para chegar nas lojas. Por isso, a dica para quem pensa em reformar ou construir é se antecipar na programação. Ou ter a sorte de achar o material necessário nos estoques do comércio.
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