Santa Cruz do Sul

Marliesi Zinn: aos 90 anos, uma colorada fiel ao radinho

Desde muito jovem, Marliesi tinha um sonho: casar-se na imponente Catedral São João Batista, com a marcha nupcial ao som de um violino, com muitas rosas brancas, dezenas de convidados e toda pompa que uma união matrimonial merece ter. E assim se fez. Depois que conheceu o jovem Mário Zinn, um renomado alfaiate santa-cruzense dos anos 1950, a filha de seu Jacó e de Maria Clara Spies escolheu um vestido branco, simples, sem pérolas, mas carregado de muito amor. 

No dia tão aguardado, ele foi de terno preto, liso, feito por ele mesmo em sua máquina que já havia produzido centenas de belos trajes semelhantes àquele. Enquanto ele trabalhava na costura, ela era balconista na conhecida joalheria Hoffmann Spode, no centro de Santa Cruz. Mas, após o dia do sim, a pedido do esposo, ela passou a se dedicar exclusivamente à família e aos seis filhos: Jacqueline, Rafael, Rossana, Raineri, Rachel e Ronete.

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O marido faleceu muito jovem, por volta dos 50 anos. E foi ela quem, a partir de então, passou a assumir as responsabilidades da casa. Os filhos cresceram. Com mais tempo para cuidar de si e de suas paixões, Marliesi desenvolveu o gosto por um esporte que até então nem era tão mencionado na família: o futebol. Ela passou a acompanhar as partidas em um pequeno rádio à pilha. E se encantou tanto com as emoções transmitidas pelos narradores que, nos últimos tempos, vive com o radinho grudado no ouvido.

A paixão pelo rádio mudou sua rotina, que geralmente começa logo cedo. Após o banho das 6 horas, sintoniza na estação do noticiário, e durante o dia vai mudando de frequência, inclusive para pedir música do Tonico e Tinoco ou Teixeirinha, os artistas que lhe vêm na lembrança. Para não confundir as rádios de sua preferência, o filho, Rafael, improvisou fixando a letra G, de Gazeta, para sintonizar a 107,9 FM em dia de jogo.

Quem a avisa sobre os horários dos jogos é a filha, Jacqueline, que liga para ela instantes antes de cada partida. Sua torcida é sempre pelo Inter, e é tão fanática que quando o Grêmio joga, assegura que torce contra o time azul.

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O último de seus ídolos, Pedro Henrique, não se encontra mais na equipe colorada. Ela conta que se tornou amiga da avó do atleta. Esta é Marliesi Zinn, uma torcedora colorada fiel, que aos 90 anos tem no rádio a sua melhor companhia.

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Guilherme Bica

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Guilherme Bica

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