Marisol pode ser a primeira cadelinha do Estado a receber uma prótese

O destino da cadelinha Marisol está prestes a tomar um novo rumo. Depois de ter sido encontrada abandonada, machucada e com o osso da pata posterior exposto, em razão de uma amputação causada por gangrena, ela vai agora finalmente conhecer o lado solidário dos humanos. Marisol está participando de uma iniciativa inédita no Estado do Rio Grande do Sul e, em breve, vai receber uma prótese no lugar do membro perdido.

Desde o dia 26 de setembro, a cadelinha está internada no Centro Veterinário Wazlawik, que possui convênio com a Prefeitura de Santa Cruz do Sul. No local vem recebendo muito carinho e todos os cuidados necessários para seu restabelecimento. Para estancar um processo inflamatório no membro machucado, precisou passar por um tratamento prolongado com antibióticos. “Ela chegou aqui com osso exposto e bastante infecção. Passamos uma semana inteira só tratando a ferida, tivemos que fazer os curativos, tinha muito líquido, pus, e foi necessário conter a inflamação primeiro”, explicou o médico veterinário Felipe Wazlawik.

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Segundo Felipe, em casos como esse o que se costuma fazer é uma amputação alta, ou seja, de retirada total do membro. Porém como a articulação de jarrete estava preservada, a implantação de uma prótese é uma solução que vai permitir a ela recuperar novamente todos os movimentos. “Com o avanço da medicina surgem cada dia novas possibilidades e através de um médico de Porto Alegre, com especialização nessa área de prótese, chegamos a esta alternativa”, explicou.

A partir de então, teve início uma verdadeira maratona com a realização de exames radiográficos, medições e uma série de procedimentos para construção de uma prótese exclusiva para a Marisol, que vai acomodar perfeitamente a altura, o peso e o andar natural dela. Até o momento Município vem custeando as despesas básicas com o tratamento – o convênio prevê o pagamento de procedimentos de alta complexidade – e a clínica vem arcando com os demais custos.

Para ajudar no pagamento da prótese e da cirurgia, cujo valor somado é de aproximadamente R$ 4 mil, uma campanha está sendo realizada nas redes sociais, como Facebook e Instagram. “Não é porque é um animal de rua que não vamos dar a ele o melhor que a medicina pode oferecer. Fazer a diferença na vida de um animalzinho que poderia perder totalmente um membro e ajudar nessa reabilitação, é algo que não tem preço ”, disse Felipe.

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Depois de feita a cirurgia, o médico explica que Marisol ainda vai permanecer cerca de um mês na clínica, tempo necessário para a recuperação no pós-operatório. “Temos que acompanhar para ver se não vai haver rejeição ou algo assim”, explicou. Durante esse tempo também serão feitas sessões de fisioterapia para que ela possa recuperar os movimentos.

Como explica Felipe, são comuns órteses em animais com problemas na articulação femural. Trata-se no entanto de dispositivos internos que unem a cabeça do fêmur ao acetábulo. Já as próteses de substituição de membros não são comuns e Santa Cruz do Sul pode ser o primeiro município do Estado a realizar este tipo de procedimento.

A prótese que será implantada é a chamada endoexoprótese, constituída de dois dispositivos: um pino feito de titânio para ser introduzido dentro do osso e outro feito em polímero plástico ultrarresistente, impresso em 3 D, que vai substituir a parte amputada do membro. A prótese, feita por uma empresa especializada de Curitiba, já está pronta e a cirurgia deverá ser realizada dentro de 10 a 15 dias.

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Perda do membro pode ter sido causada por amarração para colar fratura
Ao receber a denúncia de que havia um animal machucado e abandonado no Residencial Viver Bem, no Bairro Santa Vitória, o Canil Municipal prontamente acionou o Centro Veterinário Wazlawik para que fosse feito o recolhimento.

Em princípio, segundo o veterinário responsável pelo Canil, Tiago Marques, o morador que encontrou a cadelinha acreditava ter sido ela vítima de atropelamento. “Depois que a gente verificou melhor, concluímos que ela teve uma fratura e alguém atou uma corda ou uma borracha na pata dela, aquilo foi estrangulando e o membro acabou caindo. O material devia estar atado há bastante tempo e, ao invés da pessoa procurar atendimento veterinário, fez isso”, constatou.

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Depois de realizada a cirurgia de implantação da prótese, a expectativa é que Marisol saia da clínica direto para um novo lar. Antes disso ela será microchipada e terá direito à castração. “Esperamos que ela nem passe pelo Canil, mas que seja logo adotada por uma família e receba dela todos os cuidados necessários daqui pra frente”, disse ele. Se depender da simpatia da Marisol, isso com certeza não vai demorar. “Ela é muito querida, não morde, não briga”, comentou Tiago.

Doações
Quem quiser ajudar no pagamento da prótese pode deixar qualquer valor na própria clínica, dentro de uma caixinha colocada sobre o balcão da recepção. Também é possível fazer uma transferência por PIX, para o número de CNPJ 24260976000161.

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