Marisol já está adaptada à prótese e aguarda por um novo lar

A primeira cadelinha da região dos Vales a receber uma prótese para substituição de um membro recebeu alta médica e até já poderia estar em casa, não fosse por um detalhe: Marisol ainda não tem um lar. Passados pouco mais de 90 dias da cirurgia de implante, ela está bem recuperada e desde o final de fevereiro aguarda por interessados em adotá-la. Marisol está no Centro Veterinário Waslawick, clínica que possui convênio com a Prefeitura para atendimento de casos de urgência e emergência de animais resgatados pelo Canil Municipal.

Depois de ter sido encontrada abandonada no Loteamento Viver Bem, em setembro do ano passado, com a pata traseira amputada em razão de uma gangrena provocada por uma corda que estrangulou seu membro, e após uma maratona que envolveu controle de infecção, cirurgia, procedimentos de pré e pós-operatório, além de fisioterapia para reforço muscular e adaptação à prótese, Marisol finalmente recebeu alta médica.

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De acordo com o veterinário responsável pelo Canil Municipal, Tiago Marques, a cadelinha já está totalmente adaptada à prótese, movimenta-se com desenvoltura, não estranha mais a presença do artefato nem precisa de medicação. “Os principais cuidados agora são em relação à prótese mesmo, limpeza, revisão dos ajustes de altura e conexão ao pino de titânio, mas nada muito difícil não. Também é importante que ela faça visitas regulares ao veterinário para acompanhamento do implante”, explicou.

Cadelinha ainda está na clínica veterinária, aguardando uma família | Foto: Luiz Fernando Bertuol/Secom

Para que a operação fosse possível, a equipe do Centro Veterinário Waslawik promoveu uma campanha e, com a colaboração de pessoas físicas e ONGs, conseguiu metade dos R$ 4 mil necessários para custear os gastos com a confecção da prótese, produzida por uma empresa especializada no ramo e adaptada exclusivamente para a Marisol. A Prefeitura efetuou o pagamento de cerca de R$ 800,00 referentes a esterilização, procedimento cirúrgico, captura e transporte, vacinação e vermifugação.

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Tiago lembra que, desde o início, tudo foi um grande desafio. “Até a Marisol estar apta para o procedimento cirúrgico, percorreu-se um longo caminho”, disse. Conforme detalhou, primeiro foi preciso conter a infecção na região do membro amputado, o que poderia comprometer de forma severa a cirurgia, e, após a melhora de sua condição clínica, começaram os estudos, análises, medições, testes e fabricação da endoexoprótese, constituída de dois dispositivos: um pino feito de titânio, introduzido dentro do osso, e outro feito em polímero plástico ultrarresistente, impresso em 3D, que substituiu a parte amputada. A cirurgia correu bem e envolveu especialista em ortopedia canina, cirurgião-geral veterinário, anestesiologista veterinário e equipe de apoio.

No pós-cirúrgico, segundo Tiago, a possibilidade de rejeição por parte do organismo era alta, bem como de não adaptação psicológica. Com uma semana de pós-operatório, com controle da dor e uso de antibióticos, mais as sessões de fisioterapia diárias, Marisol já quis apoiar o membro no solo e, três meses depois da cirurgia, recuperou a musculatura e tem um apoio muito bom. “Ela apresenta um andar muito próximo do de um cão sem prótese e saudável, tem total liberdade de movimentos e não estranha a presença do artefato”, explicou.

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Com a alta da Marisol, a expectativa agora é que surjam candidatos para a adoção. “Nota-se que muitas pessoas ainda têm um certo receio em adotar animais especiais, principalmente pela atenção e cuidados que eles requerem. Mas estamos confiantes que surjam possíveis adotantes”, observou.

Quem tiver a sorte de levar a Marisol para casa pode ficar tranquilo, não terá tanto trabalho no início e poderá se concentrar em dar a ela muito amor e carinho. Recuperada e totalmente adaptada à prótese, ela já foi submetida a esterilização, microchipagem e testagem para Leishmaniose, com resultado negativo. A cachorrinha também já está vacinada contra a raiva e outras doenças infecciosas, vermifugada e com controle de ectoparasitas.

Para adotar

Pessoas interessadas em adotar Marisol podem entrar em contato com o Canil Municipal pelo telefone 3719-1170, pela página do Facebook @canilmunicipaldesantacruzdosul, pelo Instagram @canil_municipal_scs ou ainda pelo e-mail canil@santacruz.rs.gov.br. Também é possível visitar Marisol no Centro Veterinário Waslawik, na Rua São José, nº 1323, mediante agendamento pelo 3056-4670.

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Marisol foi a primeira da região a receber prótese | Foto: Luiz Fernando Bertuol/Secom

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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