A atriz Marília Pêra, que morreu neste sábado, 5, no Rio, começou a atuar aos 4 anos de idade, ao lado dos pais, Manuel Pêra e Dinorah Marzullo, que também eram atores, na Companhia de Henriette Morineau, “Os Artistas Unidos”. Seu primeiro papel foi o de uma das filhas de Medéia na peça de mesmo nome, de Eurípedes.
Nascida no Rio, em 1943, Marília Pêra atou em mais de 50 peças, quase 30 filmes e cerca de 40 novelas, minisséries e programas de televisão. Também dirigiu, coreografou e produziu espetáculos. Algumas das principais peças de sua carreira foram “Roda Viva” (1968), de Chico Buarque, “Se Correr o Bicho Pega” (1966), de Oduvaldo Vianna Filho e Ferreira Gullar, “Onde Canta o Sabiá” (1966), de Gastão Tojero, “A Ópera dos Três Vinténs” (1964), de Bertold Brecht e Kurt Weill e “A Megera Domada” (1967), de William Shakespeare.
Ganhou diversos prêmios ao longo da carreira, como o da APCT (Associação Paulista de Críticos Teatrais), o Mambembe e o Moliére. Este último venceu três vezes. A primeira foi em 1969, por “Fala Baixo Senão eu Grito”, que também produziu. A segunda, em 1974, por sua atuação em “Apareceu a Margarida”, de Roberto Athayde, e a terceira, em 1984, por “Brincando em Cima Daquilo”, de Dario Fo.
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Ao longo da carreira, interpretou mulheres como Carmen Miranda (1909-1955), a cantora lírica Maria Callas (1923-1977) e Coco Chanel (1883-1971). Na televisão, passou pelas emissoras Globo, Tupi, Manchete e Bandeirantes. Na Tupi, participou do elenco de “Beto Rockefeller” (1968), novela com linguagem revolucionária para a época.
Teve longa história na TV Globo. Participou do elenco que inaugurou a emissora em 1965. Nessa época, viveu Carolina de”A Moreninha” (1965). Foi a personagem Shirley Sexy em “O Cafona” (1971).
No cinema, alguns destaques de sua carreira foram “Pixote, a Lei do mais Fraco” (1980), de Hector Babenco, “Bar Esperança” (1983), de Hugo Carvana, “Tieta do Agreste” (1995), de Cacá Diegues e “Central do Brasil” (1996), de Walter Salles. Pêra também foi diretora e produtora. Sua peça mais recente foi “Callas” (2014). Produziu “Fala Baixo Senão Eu Grito” (1969), “Apareceu a Margarida” (1973), “Adorável Júlia” (1983) -que também co-dirigiu- entre outros espetáculos.
Também era bailarina e cantora. Dos 14 aos 21 atuou em musicais e revistas como “Minha Querida Lady” (1962), e “O Teu Cabelo Não Nega” (1963), onde fez o papel que repetiria diversas vezes na vida, o de Carmen Miranda. Dirigiu, coreografou e produziu “O Mistério de Irma Vap” (1986), de Charles Ludlam, que ficou anos em cartaz com Marco Nanini e Ney Latorraca.
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TEMA DE CARNAVAL
No Carnaval deste ano, Pêra foi a homenageada da escola de samba Mocidade Alegre, no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo. A Mocidade abordou a trajetória e a vida da estrela nacional com o samba: “Nos palcos da vida, uma vida no palco Marília!”.
As alas da escola contaram a história desde o nascimento da atriz e a sua dedicação ao balé até a carreira no rádio, passando pelas suas interpretações marcantes.
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FAMÍLIA
Em 1959, a atriz se casou com o ator Paulo Graça Mello, com quem teve um filho dois anos depois, Ricardo, também ator e cantor. Ela também foi casada com o ator Paulo Villaça, na década de 1970, e com o escritor e produtor Nelson Motta, pai de suas filhas Esperança, nascida em 1978, e Nina, nascida em 1980. Seu último marido foi o economista Bruno Faria, com quem se casou em 1998.
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