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Maria Noedi, uma líder entre os idosos

Com um café preparado por ela mesma e singelos biscoitos dispostos em uma cesta de vime sobre a mesa, Maria Noedi recebe as visitas para uma conversa às 11 horas de uma quarta-feira. Antes da prosa, ela estava às voltas com Faísca, um cachorrinho agitado que batia o pé para passear na rua, mesmo com a negativa de sua tutora. Faísca venceu. E foi só oferecendo um naco de pão para convencer o bichinho a retornar para o pátio grande e cercado.

Graduada em Educação Física, a vida de dona Maria Noedi Frantz nunca foi de águas mansas e tricô. Avessa ao sedentarismo, para ela viver é sinônimo de movimento, e foi o que se viu no resgate da amiga de quatro patas. Aos 77 anos – 49 deles morando em Santa Cruz do Sul – sempre defendeu que agitação é saúde e este é seu lema de vida para agora e todo o sempre. Pois foi esta filosofia que ela sempre semeou nos encontros de Clube de Mães que passou a frequentar no Bairro Santo Inácio, quando mudou-se de Vera Cruz para cá. Mas ela queria mais.

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Tempos depois, e desde então já se completam 25 anos, ela e uma equipe formaram o grupo de terceira idade Arte de Viver, do qual foi primeira presidente. Foi a partir daí que as ideias começaram a surgir. “Idoso não pode ter a postura de coitadinho. Ele precisa tirar o pijama e sair da janela onde fica assistindo a vida, e fazer muito mais”, diz ela. Lá no princípio, implantou atividade física nos encontros, utilizando equipamentos como cabos de vassoura e garrafas com areia e bolas grandes de plástico. “Uma vez a Mercur nos doou várias coisas para usarmos para nos exercitar”, recorda.

O sucesso da nova prática lhe rendeu um telefonema. Certa vez, recorda que o médico do posto de saúde do Bairro Verena ligou para ela. Esperava um puxão de orelha, mas o recado foi bem o oposto. “O médico era o doutor Ferrugem, na época. Ele me deu parabéns, porque com o meu trabalho, eu estava tirando os velhinhos das filas dos SUS”, relembra.

“Eu era metida”

Pois o mesmo trabalho replicou-se no interior do município e em outros cantos do Vale do Rio Pardo. Sim, em muitas ocasiões, ela com o próprio veículo e mais dois ou três aliados, passavam em comunidades do interior como Linha Antão, Monte Alverne, Linha Andrade Neves, entre outras tantas, para formar grupos de idosos. “Eu era metida”, brinca.

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Também implantou muitos projetos novos como grupo de canto coral, oficinas de poesia, escolha da rainha da terceira idade, concursos musicais, entre outros. “E em todas as ações sempre tive o apoio do poder público municipal”, reconhece.

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Há cinco anos, após um acidente em que fraturou o pé, reduziu as atividades, mas já avisa que está pronta para voltar, e com a mesma energia com que iniciou nos anos 1990. “Me sinto uma garota”, revela. Maria Noedi tem três filhos com o esposo, Astor: Márcio, Tales e Elisana.

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O projeto Longevidade é uma parceria entre Gazeta do Sul e Secretaria de Relações Institucionais e Esporte, da Prefeitura de Santa Cruz. Quem quiser sugerir histórias semelhantes pode contatar pelo WhatsApp (51) 98443-0312 ou secom@santacruz.rs.gov.br

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Guilherme Bica

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