Nesta segunda-feira, 12, dia que completam 36 anos do assassinato de Margarida Maria Alves, símbolo da maior ação de mulheres da América Latina, milhares de Margaridas de todo o Brasil e de outros 26 países estão a caminho de Brasília rumo a Marcha das Margaridas 2019, nos dias 13 e 14 de agosto.
As caravanas começam a chegar na madrugada do dia 13 no Pavilhão do Parque da Cidade. Às 9h, será realizada uma Sessão Solene no Plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados, em homenagem às Margaridas. A partir das 14 horas serão realizadas atividades simultâneas no Pavilhão do Parque da Cidade: oficinas, plenárias, painéis, Mostra das Margaridas, rodas de conversa, lançamento de Cartilha, entre outras. A abertura oficial será às 19h, seguida de noite cultural.
A marcha será na quarta-feira, 14. A concentração será a partir das 6h, no Pavilhão do Parque da Cidade, com saída prevista às 7h em direção à Esplanada dos Ministérios, onde será feito o encerramento por volta de 11h nas proximidades do Congresso Nacional.
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Para as Margaridas, marchar em Brasília reúne grande valor político e simbólico. Em marcha, fazem ecoar a importância do trabalho exercido pelas mulheres, ainda invisibilizado, e afirmam a necessidade de um país que assegure ao seu povo direitos capazes de promover justiça social e igualdade, principalmente às mulheres e às populações negras, que vivem de forma mais intensa os efeitos das desigualdades, da fome e da violência. “Diante da importância da Marcha das Margaridas, construída em seus 20 anos de história, a CONTAG e organizações parceiras convidam todas e todos a estarem conosco, principalmente no dia 14 de agosto, em defesa dos direitos e dos interesses das mulheres do campo, da floresta e das águas”, convida Mazé Morais, secretária de Mulheres da CONTAG e coordenadora geral da Marcha das Margaridas.
Quem são as Margaridas?
São as mulheres trabalhadoras do campo, da floresta e das águas que, em marcha, tecem suas experiências comuns de vida e luta. A Marcha tem como força inspiradora a luta de Margarida Maria Alves, uma mulher trabalhadora rural nordestina, que rompendo com padrões tradicionais de gênero ocupou, por 12 anos, a Presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
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Líder sindical bastante influente, construiu uma trajetória sindical de luta pelo direito à terra, pela reforma agrária, por melhores condições de trabalho e contra as injustiças sociais e o analfabetismo.
No dia 12 de agosto de 1983, esta grande lutadora do povo foi brutalmente assassinada, na porta de sua casa. Seu nome se tornou um símbolo nacional de força e coragem cultivado pelas mulheres e homens do campo, da floresta e das águas. É em nome dessa luta que a cada quatro anos, no mês de agosto, milhares de Margaridas de todos os cantos do País marcham em Brasília, num clamor por justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
Quem coordena?
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É coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG), suas 27 Federações e mais de 4 mil Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais filiados. A Marcha das Margaridas se constrói em parceria com 16 movimentos feministas e de mulheres trabalhadoras, centrais sindicais e organizações internacionais.
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