Acostumado a trabalhar nos bastidores de campanhas eleitorais em Santa Cruz do Sul, Marco Schorner enfrenta, aos 59 anos, a primeira eleição depois de mais de uma década dedicada ao PT. “Gosto de trabalhar pelo partido e sempre estar à disposição dele”, afirma.
Marco é filho de dois agricultores de Júlio de Castilhos, onde nasceu e cresceu ao lado de três meios-irmãos. O gosto pela política foi desenvolvido lendo jornais para o pai, que tinha problemas de visão. “Eu lia e relia textos para ele. Não pensava de forma crítica sobre aquilo que lia, mas foi aí que eu comecei a entender a situação do Brasil, na época ainda comandado pela ditadura militar”, acrescenta. Aos 14 anos, porém, perdeu o pai e mudou-se junto com a família para a região central do município para administrar um armazém.
Ainda na juventude, se aproximou da esquerda por meio do movimento estudantil. “Entendi que os direitos sociais e trabalhistas eram muito importantes para a formação de um país mais justo”, destaca. Aos 20 anos, mudou-se para Agudo, a pedido de um de seus três meios-irmãos, que era prefeito pela Arena no município. Desalinhado com as posições políticas, preferiu apenas cuidar dos negócios do irmão na cidade.
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Em Agudo, passou em um concurso para trabalhar na Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e ingressou na estatal. Em 1983, foi transferido para Santa Cruz do Sul e se tornou delegado sindical da categoria. Nas horas vagas, ainda trabalhou como pintor e comerciante.
Somente em 1999 filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) e passou a se dedicar a coordenar campanhas para o partido, para vereadores e deputados. Nunca imaginou que um dia seria candidato. Até que, no ano passado, começou a construir um plano de governo com Gerri Machado e acabou indicado pela legenda para ser o candidato a vice-prefeito. “Me envolvi sem pretensão de ser vice, mas agora penso que foi uma boa escolha para representar o partido”, acredita.
“Não consigo ficar parado”
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Aposentado desde 2012, Marco divide seu tempo cuidando da casa, a atividade política dentro do partido e fazendo “briques”. “Só fico em casa se for para fazer comida, lavar louça ou varrer o chão. Não consigo ficar parado, por isso não perdi o gosto de negociar carros. Sempre invento alguma coisa para fazer”, relata. O tempo livre também é ocupado na companhia de um neto, da esposa Andreia e da enteada Bianca. Com frequência viaja até Balneário Camboriú para visitar os filhos Diogenes e Janaína – frutos do primeiro casamento. “De vez em quando eles me convidam e eu vou. Para aproveitar eles e também a praia”, complementa Marco.
RAIO X DE MARCO
Um livro: “O Tempo e o Vento”
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Uma música: “Sou bem eclético. Gosto de música boa, como a Guri, do César Passarinho”.
Time do coração: “Sou colorado”.
Um ídolo: “Martin Luther King e Mandela, que ficaram na história. Na atualidade, quem mais chama minha atenção é o Papa Francisco”.
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Um filme: “Gosto de Ghost, que mostra uma realidade que algumas pessoas vivem e sentem”.
Um hobby: “Estar envolvido com alguma coisa” .
Um defeito: “Teimoso. Quando coloco alguma coisa na cabeça, eu custo pra tirar”.
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Uma qualidade: “A persistência que eu tenho. Se eu disser que vou fazer, eu faço”.
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