Santa Cruz do Sul viveu um momento histórico no Legislativo, nesta semana. Pela primeira vez, uma sessão não foi realizada por falta de quórum. Somente quatro vereadores, Alberto Heck (PT), Francisco Carlos Smidt (Novo), Gerson Trevisan (PSDB) e Jair Eich (PP), compareceram. Precisaria ter seis para iniciar a reunião e nove para a votação dos dois projetos que estavam na pauta da extraordinária. Essa situação foi gerada por uma série de decisões, que poderiam ter sido de forma diferente, evitando desgastes:
1 – O envio do projeto foi tardio, pois a aplicação do recurso será somente em 2025, ou seja, poderia ter sido deixado encaminhado para o próximo gestor mandar.
2 – O pedido de urgência foi desnecessário. Mas, em sendo feito, tê-lo aceitado também seria a decisão mais prática.
3 – A ausência dos vereadores, em forma de protesto, inviabilizou a votação, causou um desgaste para os demais colegas, mesmo que tenham explicado a situação e estejam no seu direito – afinal, não opinar também é opinar.
4 – A decisão de convocar a extraordinária possibilitou a percepção de que o atual governo já não tem mais apoio político. Entre os que votam, apenas Jair Eich (PP) compareceu. Ilário Keller (PP), Professor Cleber (União Brasil), Bruna Molz – líder do governo – e Raul Fritsch (Republicanos), Luizinho Ruas (PSB) e Licério Agnes (PSDB) atenderam ao pedido do prefeito eleito Sérgio Moraes (PL).
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Motivo de orgulho
Por iniciativa do vereador Edson Azeredo (PL), este colunista recebeu moção de congratulações da Câmara, em função da conquista do 1º lugar no Prêmio MP de Jornalismo, na categoria Defesa do Patrimônio Público. A iniciativa teve aprovação unânime. Esse tipo de reconhecimento é motivo de muito orgulho, sobretudo quando se trabalha com algo tão sensível quanto a política, que, assim como clubes de futebol ou religião, mexe com a emoção. Além disso, faz com que seja redobrado o compromisso assumido no primeiro dia – desses 28 anos de trabalho –, que é levar a informação de forma abrangente, útil e com a maior quantidade de lados possível.
E sobre o secretariado?
Prefeitos eleitos têm anunciado, aos poucos ou um de cada vez, os seus nomes escolhidos para comandar as secretarias. Em Vera Cruz, Gilson Becker (PSB) apontou algumas novidades, mas manteve uma base; o mesmo ocorre em Venâncio Aires com Jarbas da Rosa (PDT). Ambos os reeleitos fizeram ajustes, mas seguem a mesma linha de trabalho. Em Santa Cruz a situação é diferente. Sérgio Moraes (PL) vem com uma série de partidos, desde a eleição, e teve que buscar apoio político – o que já conseguiu – para formar maioria na Câmara. Assim, ficam dúvidas sobre quem deve atuar no seu governo. Especulações desta semana falam em Bruna Molz, Bruno Faller, Daiton Mergen, Rodrigo Rabuske, Coronel Bonfanti, Jaqueline Marques e Leonel Garibaldi.
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Presidência da Câmara
Tendo a maioria na Casa, tudo indica que a presidência da Câmara tenha identificação com o governo Sérgio Moraes/Alex Knak. Assim, a tendência de que Nicole Weber (Podemos) comande o Legislativo em 2025 é forte. Para ela é interessante, porque teria 2026 – ano em que disputará a Assembleia – mais tranquilo para a campanha.
Até mais…
Foi um ano difícil para os gaúchos. Que 2025 seja de boas notícias, com conquistas e realizações para todos!
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