Uma marcha de movimentos sociais pelas ruas do centro de Porto Alegre marcou o início do Fórum Social das Resistências. O evento começou nesta terça-feira, 17, na capital gaúcha e vai até o próximo sábado,21. O fórum temático é uma preparação para o Fórum Social Mundial, que está programado para acontecer entre 23 e 27 de janeiro em Porto Alegre.
Os integrantes dos grupos que participaram da caminhada se concentraram às 17h no Largo Glênio Peres, no Centro Histórico da cidade. Estavam representados vários movimentos: trabalhadores da cidade e do campo, estudantes, militantes da luta contra a homofobia e contra o machismo, da defesa dos direitos indígenas e de povos tradicionais, da luta por terras e moradia, além de sindicatos e partidos políticos.
O movimento negro foi representado por grupos como o Fórum Nacional de Saúde Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana (Fonsanpotma). “Esses povos são um exemplo da resistência porque nós resistimos desde que botamos os pés neste país. Resistimos o tempo todo para manter a nossa identidade, a nossa memória, e hoje estamos resistindo contra todo esse retrocesso nos direitos humanos”, afirmou Bàbá Omi Luciano de Oxalá, coordenador da entidade.
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Por volta das 18h30, a multidão saiu em uma marcha que passou pela Esquina Democrática e terminou no Largo Zumbi dos Palmares, também no Centro Histórico de Porto Alegre. Durante a caminhada, o grupo entoou palavras de ordem contra os governos do presidente da República, Michel Temer, e do governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori.
Ao final da marcha, por volta das 19h, a organização do ato promoveu atividades artísticas e debates sobre o momento político do Brasil e do mundo.
O evento
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O Fórum Social das Resistências foi idealizado como um contraponto ao Fórum Econômico Mundial, que também começou hoje em Davos, na Suíça. “Aqui em Porto Alegre, no início de 2017, vamos começar a demarcar a nossa contrariedade sobre tudo o que está acontecendo. O Fórum é uma oportunidade de as organizações se fortalecerem, se encontrarem, fazerem combinações e aprofundarem os laços de solidariedade na ação de resistência”, afirmou Claudir Nespolo, presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul (CUT-RS).
O ex-governador gaúcho Olívio Dutra (PT), que participa do evento em Porto Alegre, demonstrou preocupação com o fato de o fórum suíço reunir cada vez mais dirigentes e governantes de vários países do mundo. “Davos é o encontro daqueles que fazem parte do percentual mínimo que detém a maior parte da riqueza do mundo. De lá, não podemos esperar outra coisa senão esse controle de poucos sobre a riqueza produzida por todos. É preciso construir um outro mundo em que possamos todos desfrutar da riqueza produzida pelo ser humano”, disse o ex-ministro e ex-governador gaúcho.
A ex-deputada federal Luciana Genro (PSOL), que também participa do Fórum Social das Resistências, acredita que o evento é uma oportunidade de unificar a luta dos movimentos identificados com o pensamento de esquerda. “Não temos, entre todos [os movimentos], uma unidade de pensamento sobre o que fazer no Brasil. Possuímos, no entanto, uma unidade de que é preciso resistir a esses ataques, à reforma da Previdência, à reforma trabalhista, ao ajuste fiscal, ao teto de gastos. Isso unifica o conjunto dos movimentos, dos partidos progressistas, para organizar a luta de resistência”, ressaltou.
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