Não há dúvida para ninguém que, entre os artistas da região, o músico Marcelo Maya é o mais sincero e coerente. Consigo – quer dizer, com a sua “filosofia de vida”, para usar uma expressão bem chavão – e com o seu trabalho.
Maya é música 24 horas por dia. Isso está escrito no seu jeito (de andar, falar e sorrir); e no ar que ele respira. Há uma linha muito firme – um fio de náilon – sendo seguida desde Merkabah, seu segundo disco, de 2007, até este mais recente, Love Reign Over Me, cujo show de lançamento ocorrerá domingo, a partir das 20 horas, no auditório central da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Um ótimo disco, um disco de belas canções, baladas, folk, blues, rocks (pop, progressivo), enfim, todos aqueles ritmos que pavimentaram a história musical do Marcelo, do seu nascimento até aqui. E um disco que vem sendo gestado desde 2011. “Comecei, dei um tempo e retomei em 2015”, conta o músico. E com o amparo técnico do estúdio Boca de Sons, tudo ficou mais fácil.
Love Reign Over Me – na tradução literal, fica algo assim como “Amor Reina Acima de Mim” – é um disco que celebra o amor e a amizade. Muito especialmente a amizade, pois que é dedicado à memória de um outro “gigante” do cancioneiro local, o Tom Waechter, falecido em 2013. Duas das 12 músicas que integram o CD, Passing Paradise e Spirit of All, inclusive, foram compostas em parceria, e ele é todo em inglês, idioma que o Tom dominava com muito profissionalismo. E Maya não se enrola, pois que morou um bom tempo nos domínios de Tio Sam.
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No show de domingo ele tocará todas as canções do disco, mais cinco, de outros trabalhos. E estará acompanhado de alguns dos músicos que gravaram com ele: o mano Miguel Beckenkamp e Alison Knak, nas guitarras; Diego Maracci, na bateria; e Vicão Marmitt, no baixo; mais a participação especialíssima de Volnei “Pink” Martins, no violão e gaita de boca. O Veco Marques, da banda Nenhum de Nós, toca no disco, mas por uma questão de agenda é possível que não esteja no show. Os ingressos você pode comprar na hora e local por R$ 20,00 e 10, e o disco, para ir se aclimatando, você adquire ali no Café Lugano, por R$ 20,00. E pode apostar: é muito menos do que vale.