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Máquina chega para estimular a fruticultura em Santa Cruz

A Cooperativa Regional de Alimentos Santa Cruz Ltda. (Coopersanta), com auxílio financeiro do governo municipal, adquiriu uma máquina classificadora de frutas. O equipamento, que custou R$ 88.780,00, tem como objetivo agregar valor aos produtos para que os agricultores locais tenham condições de competir no mercado e obter bons preços. A Prefeitura, com aprovação da Câmara de Vereadores, repassou à Coopersanta os recursos para a compra. O investimento é uma forma de incentivo à fruticultura, principalmente à produção de laranjas.  

O secretário municipal da Agricultura, Elo Schneiders, salienta que a máquina, adquirida no fim do ano passado, é utilizada também para a qualificação de outras frutas. A atenção especial à laranja se deve ao fato de Santa Cruz do Sul ter 25 agricultores que produzem citros comercialmente, em uma área de 150 hectares, e o principal deles é o fruto da laranjeira. “Essa aquisição é uma demanda de mercado e contempla as ações de estímulo à fruticultura do município, que busca a diversificação em diversas áreas. Hoje são 150 hectares, mas podemos ter bem mais”, frisou Schneiders.

A classificadora lava e escova as frutas, seca e separa por peso, selecionando as que têm a quantidade de gramas que o mercado exige. Na medida em que passam por esse processo, as unidades vão sendo colocadas em caixas, serviço feito manualmente, com atenção à qualidade. Nessa etapa, a equipe retira as que apresentam problemas, como marcas de batidas. Os envolvidos nessa ação utilizam luvas e toucas para evitar a contaminação do produto. Conforme o presidente da Coopersanta, Cássio Baptista, a classificação agrega valor aos frutos e esse fator é o que torna a máquina importante, principalmente para Santa Cruz. 

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Segundo Baptista, a atenção aos pomares de laranja é necessária porque parte da produção tem sido perdida por não ser lavada, polida e classificada. “Em função disso, não conseguíamos colocar essa fruta no mercado. Para ser vendida, ela precisa se adequar às exigências dos compradores, que a querem numa determinada gramagem (peso em gramas)”, salienta. As escolas, por exemplo, não querem um produto muito graúdo nem miúdo, mas sim o que  tem peso recomendado pelas nutricionistas. “Precisamos classificá-la por tamanho e por qualidade, e, principalmente, lavar e polir.” 

O presidente da Coopersanta, que também é produtor de maçã, uva e pêssego, diz que os cuidados para que a produção chegue com qualidade até a unidade de beneficiamento de frutas da cooperativa podem ser orientados pela Emater. Nos últimos dias, pa máquina está classificando maçãs produzidas por Baptista e outros produtores. Para a laranja, a estreia será na safra deste ano.

Demanda crescente

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Com a aquisição da classificadora, a proposta é também estimular mais produtores a investirem na fruticultura, uma vez que  as frutas têm muita demanda. “Hoje, o caqui vem de fora, assim como a laranja. Santa Cruz do Sul tem grande consumo de frutas e 90% destas vem de outros lugares. Queremos incentivar a atividade para que a produção e o consumo ocorram aqui”, frisa o presidente da Coopersanta, Cássio Baptista.  Ele observa que não existem motivos para se trazer frutas de longe, como de São Paulo, se os agricultores santa-cruzenses e da região têm condições de produzir e há mercado nessa área.

Além disso, Baptista entende que a demanda tende a aumentar devido aos benefícios para a saúde e ao fato de as pessoas estarem cada vez mais voltadas a buscar alimentos saudáveis. A Coopersanta tem 166 sócios, todos agricultores familiares, de oito municípios da região, com os quais busca o potencial de cada área. De Encruzilhada do Sul, por exemplo, a cooperativa recebe frutas como maçãs, pêssegos e uvas; de Santa Cruz, muitas folhosas, como couves, repolhos, brócolis e alfaces; e de Arroio do Tigre, feijão. 


João Valdir Huberto e Erna Etges cultivam laranjas já há 18 anos.
Foto: Rodrigo Assmann.

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Equipamento diminui trabalho do produtor

Para João Valdir Huberto Etges, 61 anos, que há 18 anos cultiva laranjas e há 11 vende, a classificadora será “uma baita mão na roda”. Significará qualidade com menos trabalho. Residentes na Travessa Kipper, localidade de Pinheiral, interior de Santa Cruz, ele e a esposa Erna, 58 anos, colhem a fruta de acordo com as entregas dos pedidos da clientela. E até  hoje, a cada colheita lavam as diversas unidades com lava-jato, deixam secar e classificam manualmente. Agora, poderão apanhá-las e enviar à Coopersanta para serem colocadas na máquina, a qual fará o processo mais trabalhoso.  

Etges observa que, à sua maneira, o processo de lavagem e classificação da fruta não é uma tarefa fácil. “Já com a classificadora, é só largar na esteira que o produto sai pronto.” Ele acrescenta que, manualmente, não se consegue fazer uma classificação parelha como é necessária. A safra da laranja começará em maio e se estende até dezembro. Na deste ano, o produtor já pretende utilizar a máquina da cooperativa. “Vai ser o diferencial”, salienta.

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Com uma produção de 20 toneladas de laranjas por safra, somando as duas variedades que cultiva (Salustiana e Valência), o casal vende para clientes da região, para a Ceasa regional, Coopersanta, supermercados e restaurantes. 
João Etges conta que, desde que começou a comercializar o produto, percebeu que o mercado desejava as frutas limpas, polidas e selecionadas, uma exigência que sempre procurou atender. Assim, se o clima for adequado, dificilmente ele terá alguma perda.

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