Enquanto o Rio Grande do Sul ainda vive a tragédia da maior enchente da história, uma das contribuições necessárias para entender toda a catástrofe é o uso de informações a partir de mapas e análises técnicas do que está acontecendo. Como forma de contribuição acadêmica, pesquisadores da UFRGS e colaboradores lançaram o “Repositório de informações geográficas para suporte à decisão – Rio Grande do Sul 2024“. O site conta com mapas para o público em geral e mapas para acesso avançado, além de bancos de dados e análises.
A página contempla informações da Região Metropolitana de Porto Alegre, do Vale do Taquari, do Vale dos Sinos e da Região Sul do estado. Segundo o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Saneamento Ambiental e Recursos Hídricos Iporã Possanti, a proposta é centralizar informações cartográficas da tragédia, tendo em vista a disponibilização de informações para análises da situação e a colaboração acadêmica nas análises, mas o site também é indicado para jornalistas e mesmo para o público em geral, pois há dados publicados de forma mais simplificada.
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Possanti destaca ainda que as informações oferecidas são de extrema importância para os tomadores de decisão na gestão da crise, tendo em vista a coordenação de ações não só neste momento, mas para ações futuras. “Pelas imagens de satélite podemos fazer um raio x do acontecido. Em 1941, foi possível estudar apenas pelas medições e pelas fotos. Hoje, temos um relato mais claro da observação da inundação, por exemplo.” Os dados obtidos via satélite são cruzados com outras informações, como o censo, obtendo análises sobre domicílios impactados, área atingida e número de pessoas afetadas.
Mancha da inundação
Uma das análises que já está no site é das regiões atingidas em 2024, com a mancha da inundação. Segundo os pesquisadores, em percentual de pessoas afetadas diretamente, os munícipios mais impactados até a semana passada eram: Eldorado do Sul (80%), Estrela (46%), Canoas (44%), São Leopoldo (39%) e Roca Sales (36%). “Via satélite, podemos identificar a água e a lama na Região Hidrográfica do Guaíba”, aponta Possanti. Em números absolutos, as cidades com mais pessoas impactadas diretamente são: Canoas, 154 mil; Porto Alegre, 151 mil; e São Leopoldo, 84 mil. Esses e outros dados, como o boletim diário do nível das águas, estão na página.
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Os mapas são distribuídos também em dois níveis: de observação e de simulação. Iporã Possanti esclarece que é possível, além de dimensionar, via observação, os índices de criticidade do ocorrido, prever, por exemplo, locais de instalação de abrigos, a partir de simulações de níveis. Segundo explica o pesquisador, as análises vão seguir, por exemplo, com dados posteriores sobre entulho nas cidades e informações detalhadas da Região Sul do estado, que está com os eventos em curso.
O projeto conta com pesquisadores da UFRGS, principalmente do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH), do Instituto de Geociências (Igeo) e da Faculdade de Arquitetura (FAUFRGS), mas inclui também pesquisadores voluntários e colaboradores de outras unidades e instituições.
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