Elas

Mãos que transformam

É na arte feita com a cerâmica que o tempo age. Ele trabalha junto com o ar, o fogo, a água e a terra. Todos os elementos juntos para alcançar um objetivo: criar peças artísticas e utilitárias. A cerâmica é a arte da transformação e é assim que a artista Clarisse Blauth vê a paixão que ela transformou em profissão. 

A cerâmica apareceu na vida de Clarisse quando, aos 20 anos, resolveu prestar vestibular na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). “Desde criança quis ser pintora. Sempre desenhava, pintava e, com 14 anos, já tinha vários quadros pintados a óleo, mas queria muito estudar na Ufrgs. Fiz o pré-vestibular e foi nesse cursinho que tive o primeiro contato com a cerâmica”, relembra.  

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Contudo, no curso de Artes Plásticas, a jovem não encontrou a disciplina de cerâmica, o que incentivou estudantes a realizarem um abaixo-assinado, que resultou na colocação da cerâmica na grade curricular. Mais tarde, morou em São Paulo, onde pôde aperfeiçoar ainda mais sua arte, e depois mudou-se para Florianópolis.

Em 76 anos de vida, já são 50 anos tendo a cerâmica como, de fato, uma profissão. “Em Florianópolis, quis que a cerâmica fosse o meu trabalho. Por isso, entrei de cabeça. Participei de várias exposições, salões, ganhei prêmios, é um currículo grande”, diz a ceramista. Depois de ficar aproximadamente dez anos em Santa Catarina, Clarisse retornou para Santa Cruz do Sul no início dos anos 1980. No município, teve a oportunidade de dar aulas com incentivo da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

Mas, afinal, por que a cerâmica conquistou Clarisse e se sobrepôs ao seu amor pela pintura? A artista sabe bem a resposta. “Essa tridimensionalidade e, mais do que tudo, essa alquimia! Existe transformação em todo o processo. Tudo começa na argila. Você pega ela dura, amolece, peneira se tiver que peneirar para tirar as impurezas, espera ela ficar mais macia para trabalhar, queima e ela fica dura. Espera ela ficar no ponto para modelar e queima a mil graus. É quando se aproxima da pedra, sua origem. É uma coisa tão boa de ver. Você está usando a terra, a água, o fogo, o ar e o tempo, todos juntos”, enfatiza. 

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Atualmente, além de fazer as peças, Clarisse também tem algumas turmas e ministra as aulas em seu ateliê, localizado no Centro de Santa Cruz. Para ela, é gratificante ver a alegria dos alunos ao perceberem a mesma magia que ela enxerga na arte. “Minha compensação e meu prazer é ver a expressão e ouvir o que os alunos dizem quando a gente abre o forno e tira uma peça”, relata.

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Tipos de cerâmica

Atualmente, Clarisse Blauth trabalha com a cerâmica artística e artesanal. Existe também a industrial. Clarisse explica que, a cerâmica artística é, basicamente, aquela peça única, que leva a emoção de quem a fez. “A peça artística sempre será única, inovadora e muito bem pensada, e a artesanal pode ter várias peças iguais.” 

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