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Mantendo a tradição: famílias santa-cruzenses saem à colheita da macela

Já é tradição na família Rauber: na Sexta-feira Santa, o povo todo se reúne e sai em busca do chá de macela. Mas o objetivo não é só formar o estoque do chá para o ano, mas garantir a diversão da manhã em família. “A gente leva café, cuca e chimarrão, paramos em um lugar bem bonito para tomar o café da manhã, e aí vamos para o campo colher a macela”, contou Rafael Rauber, sobre a rotina de todas as Sextas-feiras Santas.

Nesta sexta, 10, o grupo foi reduzido (por conta do novo coronavírus e o medo do contágio): foram à colheita, por volta das 5h30, Rafael; a esposa, Andiara; a filha, Julia; e o irmão, Marcos Rauber. E, para fechar o passeio, Lady, a cachorra da família, acompanhou a divertida missão de encontrar e colher o chá antes do amanhecer.

A tradição foi passada aos irmãos Rafael e Marcos pelos pais. Os dois são filhos da culinarista e figura santa-cruzense Gilda Rauber, falecida em 2017. Para se manter próximos da mãe e continuar a tradição passada pelos pais, eles seguem se reunindo nas madrugadas para colher a macela.

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Neste ano, foi em Cerro Alegre Alto que o grupo encontrou e fez a colheita do chá. Mas, em anos anteriores, já foram de comitiva, entre até sete carros, passeando pelo interior em busca da planta, por Monte Alverne e Alto Boa Vista. “A gente quer manter essa tradição, que toda a família gosta”, comentou Rauber.

E assim que encontram a planta, as primeiras colheitas já vão direto para o chimarrão, que acompanha a jornada. “Assim manda a tradição”, disse, entre risos, o filho de dona Gilda. No restante do ano, o chá serve para a mesma finalidade. E, no dia seguinte, a família já tem encontro marcado novamente: “Às 5 horas a gente se reúne de novo para o churrasco de aleluia!”. É assim que o alegre ourives encerra a ligação, já pensando na preparação do dia seguinte e aproveitando as tradições do feriadão em família.

Família garantiu a tradição nesta manhã | Foto: Arquivo Pessoal

Colheita antecipada, mas sereno garantido

A macela da família da artista plástica Silvia Rejane Kohl já está garantida. Antecipando a possibilidade de chuva, que poderia estragar a planta, a colheita foi há duas semanas, na propriedade dos pais, em Vale do Sol. Assim, garantiram uma macela sequinha e mais bonita. Mas a tradição segue firme: “Deixei ela no sereno de madrugada, porque esta é a tradição, passar a madrugada de quinta para sexta-feira na rua, para ela estar abençoada”, contou Silvia.

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Na família, se usa a macela para tudo: “A gente usa em chá, para o estômago, no chimarrão… A minha mãe deixa até o buquê de macela em cima do fogão”, brincou. A graça mesmo é manter a tradição e se divertir em família, para ela. “É uma festa, uma diversão. O melhor é que, por estar no interior, a macela é limpinha, não tem poluição. Eu faço questão de ir todos os anos e distribuo macela para todos os meus amigos depois.”

Colheita foi há algumas semanas, em Vale do Sol | Foto: Arquivo Pessoal
Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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