Santa-cruzenses foram às ruas na tarde deste domingo, 30, para protestar contra a proposta de reforma tributária encaminhada pelo governo estadual à Assembleia Legislativa. A concentração do grupo aconteceu a partir das 15 horas, junto ao Centro Cultural 25 de Julho, no Parque da Oktoberfest.
Na oportunidade, os integrantes do grupo Quinta da Ferrugem promoveram uma ação solidária, de arrecadação de alimentos, fraldas, produtos de higiene e utensílios caseiros para serem doados a uma família que teve a casa incendiada em Passo do Sobrado.
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Às 17 horas iniciou uma carreata pelas principais ruas e avenidas de Santa Cruz do Sul, como a Tenente Coronel Brito, Capitão Fernando Tatsch, Marechal Floriano, Oscar Jost e Avenida do Imigrante, até a dispersão dos participantes. A mobilização reuniu cerca de 80 veículos, a maioria portando faixas e placas contra a reforma tributária, foi concebida em função da previsão de aumento de alíquotas de ICMS e IPVA, além do fim de isenções.
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Hoje estão liberados de pagar a taxa os carros fabricados há até 20 anos. A proposta do governador Eduardo Leite é que fiquem isentos apenas aqueles com mais de 40 anos, ou seja, que saíram das fábricas até 1980.
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“Só carros de colecionadores mesmo ficarão isentos. Pois os carros mais antigos, como Fusca, Chevette, Monza, Kadett e outros, de uso do dia a dia dos trabalhadores e que já exigem um custo de mecânica, passarão a ter pagar também essa taxa até então não exigida”, explicou um dos organizadores do evento e integrante do grupo Quinta da Ferrugem, Robson Rodrigo Ebert, de 36 anos, que possui um veículo Santa Matilde, ano 1990.
“Governo não pode fazer isso com os trabalhadores”
A mobilização foi registrada também em diversas cidades do Estado, como Porto Alegre, Caxias do Sul, Lajeado e Farroupilha. “Por meio de grupos de WhatsApp começamos o movimento e vimos que outros municípios estavam se agilizando. Questionamos também sobre qual será o critério adotado pelo governo para calcular o valor de IPVA a ser pago pelos proprietários de veículos mais antigos, visto que alguns deles estão fora de linha e sequer possuem cotação de mercado na Fipe”, ressaltou Robson, se referindo à tabela que é considerada como principal índice para a negociação de carros no país, criada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.
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“Fica o nosso protesto, pois o governo não pode fazer isso com os trabalhadores, que já possuem carros mais antigos justamente por não possuírem poder aquisitivo para comprarem modelos mais novos”, finalizou o organizador da ação. O protesto foi acompanhado pela Guarda Municipal e pela Brigada Militar.
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