Transcorrem sem qualquer incidente as manifestações nas principais capitais do país, organizadas pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), pela União Nacional dos Estudantes (UNE) e outras organizações sociais. Os participantes defendem com unanimidade o mandato da presidenta Dilma Rousseff e suas reivindicações se distribuem entre os interesses políticos e econômicos de cada categoria, que vão desde o protesto contra a terceirização às medidas de ajuste fiscal.
Em São Paulo, os manifestantes, que se concentraram no Largo da Batata, na zona oeste da cidade, caminham neste momento em direção ao Museu de Arte de São Paulo (Masp). A passeata passará pelas avenidas Faria Lima, Rebouças e Paulista. No Rio, a manifestação começou com uma concentração na Candelária, na região central da capital fluminense. Neste momento, os manifestantes estão na Cinelândia, depois de passar pela Avenida Rio Branco. Diversas entidades sindicais, estudantis e políticas estão representadas no ato. Participam também pessoas comuns.
Para o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Joacir Pedro, é necessário reagir contra a tentativa de desestabilizar o atual governo. Segundo ele, que é presidente do Fórum dos Trabalhadores da Indústria Naval do Petróleo, o setor naval cresceu muito desde o inicio do governo Lula, quando pulou de 3 mil trabalhadores para 80 mil, com a decisão de construir navios e plataformas de petróleo no Brasil.
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De manhã, ativistas do MTST e organizações sociais também se reuniram na Cinelândia contra o ajuste fiscal e medidas como a redução da maioridade penal e a Agenda Brasil, que consideram uma “ofensiva da direita” no país. O ato também é contra pedidos de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
Os manifestantes caminharam por ruas do centro do Rio com faixas e palavras de ordem. A passeata foi acompanhada por policiais militares e agentes de trânsito.
Ao passar pelo Ministério da Fazenda, os manifestantes ocuparam as escadarias do prédio por alguns minutos. O grupo parou em frente ao número 50 da Avenida Nilo Peçanha, prédio onde funciona o escritório do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), gritando “Fora, Cunha” e palavras contra a redução da maioridade penal.
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O coordenador do MTST, Felipe Brito, disse que o objetivo da manifestação é “emitir uma crítica à ofensiva conservadora, reacionária, autoritária e antipopular”, que, segundo ele, é personificada por Cunha. “Queremos que o governo reveja o caminho das políticas recessivas de enfrentamento da crise, porque o setor mais vulnerável é o dos trabalhadores”.
A professora Marisa Gonçalves, de 54 anos, do Sindicato dos Profissionais da Educação de Duque de Caxias, aderiu ao protesto por ser contra medidas que considera conservadoras, como o ajuste fiscal, a Agenda Brasil e o Projeto de Lei das Terceirizações. Ela defende que a esquerda se una e que o governo mude de posicionamento. “É fundamental agora unificar a esquerda. Só vamos conseguir enfrentar isso se a esquerda se unir.”
O estudante Vitor de Oliveira, de 21 anos, foi ao protesto e se diz pessimista. Para ele, a esquerda está acuada: “Tem-se um governo que se diz de esquerda, mas que, na verdade, aplica medidas de direita. Então, a gente fica meio emparedado. Mas a gente tem que pressionar, sim. Sem defender o governo e sem apoiar o golpe.”
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