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Manifestação cultural pede paz na Faixa de Gaza

Pelo menos 60 pessoas acompanharam manifestação pelo cessar-fogo na Faixa de Gaza

O Comitê pela Paz na Palestina, contra o Apartheid e o Genocídio promoveu mais um ato pelo fim dos conflitos na Faixa de Gaza. Realizada na Praça da Cultura no fim da tarde dessa quarta-feira, 29, a manifestação reuniu pelo menos 60 pessoas, incluindo representantes da comunidade palestina que vivem em Santa Cruz do Sul.

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A data foi escolhida para celebrar o Dia de Solidariedade ao Povo Palestino, criado em 1977 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), 30 anos após a aprovação da resolução que determinou a partilha da Palestina por árabes e judeus. Assim, artistas ocuparam os microfones na praça para se manifestar a favor da paz e alertar quanto às consequências do conflito ao povo palestino a partir de leituras de poesias.

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Conforme o professor Márcio Lenz, um dos coordenadores do comitê, a presença das manifestações artísticas serviu para apresentar a cultura palestina. “Não é apenas guerra”, disse.

Nesse caminho, o presidente da Academia de Letras de Santa Cruz do Sul, Romar Beling, citou em sua fala artistas e intelectuais com trabalhos que contextualizam a relação entre Israel e a Palestina. “Na literatura, ao longo de anos e anos, a coexistência entre os dois lados sempre foi muito boa. Os intelectuais se encontram, viajam juntos pelos dois países, visitam os ambientes e trocam impressões. Pena que isso não aconteça no mundo da tomada de decisão do poder”, detalhou.

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Manifestações em favor do cessar-fogo foram feitas ao microfone. Para o padre Jolimar Silva, da Igreja Nossa Senhora da Imaculada Conceição, a paz na região não vai ser alcançada apenas com a ausência do conflito. É necessário, em suas palavras, o respeito aos direitos do povo palestino. “Queremos que a justiça seja feita, a justiça de poder devolver a dignidade histórica, cultural e econômica que foi surrupiada, roubada e assassinada de modo brutal”, comentou.

Esperança de viver sem a rotina de conflitos

O ato também foi marcado pela presença da comunidade palestina que vive em Santa Cruz do Sul. Para eles, as manifestações são uma forma de demonstrar que são descendentes de um povo pacífico.

Regina Hamid defende que população de Israel e da Palestina quer conviver em paz
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Entre as participantes estava Regina Hamid, de 51 anos. Filha de palestinos, visitou o país várias vezes e possui lá dezenas de familiares, incluindo tios, tias e primos – acredita que são em torno de 80 parentes. Diariamente, conversa para saber se estão bem. “Não é uma situação nova. Eles experimentam isso há muitos anos. São mais de 75 anos sobre essa opressão e precisam viver o dia a dia da maneira que é possível, trabalhando e estudando”, contou.

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Regina destacou que a população dos dois países têm esperança de que israelenses e palestinos possam conviver pacificamente. “O que chama a atenção é que tanto civis israelenses como palestinos se dão bem. Eles querem conviver. Mas infelizmente a situação atual é de uma magnitude incompreensível e se tornou impossível de haver uma convivência pacífica.”

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Nascido em Santa Cruz, filho de palestinos, Mohamed tem diversos parentes na região do conflito, incluindo duas irmãs que moram na Cisjordânia. Em 2013, perdeu familiares na Faixa de Gaza. “É muito difícil, porque tu acorda querendo saber notícias, dorme preocupado, quer se atualizar o tempo todo, porque o pior pode acontecer”, desabafou.

Os organizadores do ato estimam que são 45 palestinos vivendo em Santa Cruz do Sul e em torno de cem nos vales do Taquari e Rio Pardo.

Perdas em números

Conforme o Comitê pela Paz na Palestina, contra o Apartheid e o Genocídio, o mais recente conflito, iniciado no dia 7 de outubro, resultou nas seguintes perdas:

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Doenças podem matar mais que guerra

Com o colapso no sistema de saúde e a destruição do saneamento durante os ataques de Israel, a Organização Mundial da Saúde informou que surtos de doenças podem matar mais palestinos do que os bombardeios. Conforme a porta-voz da OMS, Margaret Harris, a principal preocupação é com doenças
infecciosas e gastrointestinais. “Eventualmente, veremos mais pessoas morrendo de doenças do que de bombardeios se não formos capazes de reconstruir o sistema de saúde”, disse, afirmando se tratar de uma tragédia.

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