Manejo do solo evita efeito da seca no cultivo do milho

A estiagem registrada no Rio Grande do Sul nos últimos meses tem afetado as plantações, em especial as de milho. Mas em Vale do Sol, as lavouras de milho dos agricultores Dilson e Silvia Thom, na localidade de Faxinal de Dentro, têm apresentado bom desenvolvimento. Isso se deve ao trabalho de manejo e conservação do solo feito há anos pelos agricultores. “Iniciei com o manejo de solo para, em primeiro lugar, evitar a erosão. Em segundo, para conservar os macro e micro-organismos e mantê-los no solo”, afirma Dilson.

O casal cultiva 15 hectares com o grão. A produção é comercializada para uma fábrica de ração do município de Gravataí e também para consumo na propriedade, na alimentação das criações de vacas leiteiras e suínos. Os agricultores empregam a palhada como uma das principais técnicas para a conservação do solo. “Um solo saudável reflete na boa produção”, ressalta o agricultor.

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Além disso, eles utilizam o sistema de plantio direto e a rotação de culturas nas lavouras. “Na lavoura em que plantei milho este ano, vou cultivar a soja na próxima safra”, explicou. No inverno, o casal realizou o plantio de aveia e azevém para a produção de palhada e, para o próximo ano, planeja o cultivo de centeio. “Isso trouxe só benefício para as nossas lavouras. Economizo na utilização de adubos e tenho a palha que retém a água no solo. Mesmo com a estiagem, a água permaneceu no solo. Com essa palhada perfeita e o plantio direto, vai mais de 15 dias com boa umidade”, avalia Dilson.

O extensionista rural agropecuário Dagoberto Soares Antunes, da Emater/RS-Ascar, afirma que a precipitação foi muito baixa no município nos últimos 60 dias e, mesmo assim, as lavouras da família Thom mantiveram o bom desenvolvimento. “Um dos grandes benefícios que o agricultor consegue com esse trabalho é aumentar a capacidade do solo em armazenar água. Tanto é que o milho das lavouras dele, que está em fase de maturação, não teve perdas significativas e vai colher praticamente a mesma quantidade da projeção inicial”, salienta.

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“Essa condição permite armazenar a água no solo por mais tempo. A palhada também evita a perda de umidade por evaporação e leva a cultura a não se desenvolver de forma estressada. Isso é um ótimo ganho para a família, tendo uma safra praticamente normal”, pondera Antunes.

Boa formação dos grãos

A expectativa, mesmo com a estiagem, é de que sejam colhidas 160 sacas do grão por hectare na propriedade de Dilson e Silvia Thom. E, mesmo com 60 dias sem chuvas significativas no município, as lavouras apresentam boa formação dos grãos. Segundo Dilson, a chuva registrada nos últimos dias 13 e 14, que acumulou 35 milímetros em Vale do Sol, foi suficiente para recuperar a umidade perdida.

Os agricultores que tiverem interesse em adotar práticas de recuperação e conservação do solo devem procurar os escritórios da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, nos municípios, para obter orientações. “Vamos visitar a propriedade, analisar o histórico da lavoura, realizar a análise do solo e, com os resultados, tomar as ações necessárias. O sistema de conservação é perene. Quanto mais tempo seguir o manejo, mais benefícios os agricultores terão e menor a necessidade de utilização de insumos. Mas é importante frisar que cada lavoura deve ser analisada individualmente antes que o trabalho tenha início”, observa Antunes.

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