Esquecer o estigma de time vitimado por um acidente aéreo e confirmar o papel de emergente no futebol brasileiro. A Chapecoense começa o Campeonato Brasileiro, neste sábado, contra o Corinthians, disposta ao desafio de superar a melhor campanha do clube na história da competição, o 11º lugar no ano passado, e provar de vez que a tragédia do último ano está superada.
O técnico Vágner Mancini visitou a redação do Estado nesta sexta e concedeu entrevista ao vivo à página do Facebook do jornal. Na opinião dele, as homenagens aos mortos na tragédia se encerraram na última quarta, com o retorno à Colômbia para a final da Recopa Sul-Americana, perdida para o Atlético Nacional, em Medellín.
“Agora viramos a página, porque queremos viver uma vida nova. O que teve de homenagem, ficou para trás. Temos que olhar para a gente e fazer a Chape forte neste ano”, disse o treinador. “Podemos fazer uma boa campanha, mas precisamos nos reforçar”, completou.
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A equipe ganhou o Campeonato Catarinense no último domingo e não quer mais ser vista com piedade, mas, sim, como uma competidora, cuja agenda está lotada. Já foram mais de 30 jogos neste ano, com a previsão de encerrar a temporada com no mínimo 67 partidas ou no máximo 84, caso avance nas competições.
A maratona fez o elenco passar apenas seis dos últimos 30 dias em Chapecó. A Chapecoense está em viagem desde segunda-feira, ao ter ido para Medellín, voltado para São Paulo para enfrentar o Corinthians, depois viaja para Buenos Aires enfrentar o Lanús, pela Copa Libertadores, e retorna para casa na antevéspera de receber o Palmeiras, pela segunda rodada do Brasileiro.
“Acho que somos a equipe que mais jogou no Brasil. Se por um lado nosso time está amadurecido, isso causa danos à musculatura”, comentou Mancini. O treinador foi um dos primeiros contratados pelo clube para iniciar a reconstrução, em dezembro. Durante cerca de um mês, participou da escolha e na vinda de quase 30 jogadores para remontar o plantel.
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CAUTELA
O treinador prefere não traçar expectativas sobre o prazo de retorno do lateral Alan Ruschel e do zagueiro Neto ao futebol. Os dois sobreviventes do acidente aéreo treinam com o elenco e trabalham para readquirir a forma física. “Eles perderam peso, massa muscular e ações cognitivas. Só o tempo vai devolver isso, como, por exemplo, reaprender a cair e a correr. O Alan já está quase liberado e o Neto é um caso um pouco mais difícil”, afirmou.
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