Mais um verão se aproxima e com ele a temporada de férias e viagens. Mas um dos destinos mais procurados pelos brasileiros no início do ano, o Nordeste, enfrenta problemas por causa do derramamento de óleo. Em Santa Cruz do Sul, cinco agências de turismo consultadas pela Gazeta do Sul revelam que o problema não afetou as viagens programadas, nem a venda de novos pacotes. No entanto, a grande repercussão do caso deixa os clientes apreensivos e com dúvidas a respeito dos passeios.
A proprietária da Única Viagens, Mari Job, afirma que a recomendação tem sido que as pessoas não desistam de partir para os destinos já escolhidos. “Temos contato com os setores ambientais. Eles estão atendendo os turistas que chegam e limpando as praias. Há regiões mais e menos atingidas, mas o viajante não é tão impactado”, salienta. Ela viajou no mês passado para Porto de Galinhas e não encontrou nenhum problema nas praias que visitou.
A maioria das viagens já programadas são para as capitais, que em geral foram menos atingidas pelo óleo. Dessa forma, as agências direcionam os clientes para regiões limpas. Também há muitas opções de passeios e hospedagens em resorts, por exemplo, que não enfrentaram nenhum tipo de transtorno. Apesar de novembro ainda ser um período onde há bastante procura por pacotes, a maioria das viagens programadas para janeiro e fevereiro já foi vendida pelas agências locais.
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Para a gerente da Matte Viagens, Andréa Matte, o derramamento de óleo não diminuiu a procura, já que muitos santa-cruzenses têm vontade de conhecer ou retornar para o Nordeste. “Há alguns lugares mais afetados, mas o Ibama tem divulgado as áreas próprias e impróprias para banho. Não existe nenhum lugar proibido, mas depende de onde o passageiro quer ir. Alguns estão trocando as rotas, mas não podemos nos deixar abalar. O turismo é um ramo sazonal, podem acontecer coisas fora de nosso controle e temos que saber lidar”, comenta.
A gerente da CVC Santa Cruz do Sul, Letícia da Fontoura, afirma que os viajantes estão apreensivos, mas até o momento a operadora não teve cancelamentos ou reembolsos. “Estamos oferecendo normalmente todos os destinos do Nordeste e fazendo um acompanhamento com quem foi, para ver se teve alguma alteração.”
As agências consultadas garantem que os locais estão sendo monitorados pelas autoridades e as comunidades têm se esforçado para providenciar a limpeza das praias. Como o turismo é uma das principais fontes de renda nos estados do Nordeste, uma queda no número de visitantes seria ainda mais prejudicial para a região.
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Dano ambiental
De acordo com informações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o vazamento já atingiu 110 municípios de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. Entretanto, grande parte dos 300 lugares afetados já passou por limpeza.
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