Uma tempestade de granizo e vento, registrada no sul da Bahia no primeiro domingo de fevereiro, 7, pode fazer com que falte mamão nos supermercados gaúchos. A região responde por 70% da produção da fruta consumida no Rio Grande do Sul e teve toda colheita do mês perdida. A alta do preço e até mesmo a escassez do produto podem ser os reflexos sentidos nas próximas semanas em Santa Cruz do Sul.
O distribuidor de frutas Marcelo Kalisinski, da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa/RS), conta que nos 24 anos em que ele atua no ramo, nunca havia ocorrido uma quebra tão grande na produção de mamões. “Não ficou uma fruta ou folha sobre os pés de mamão. A tempestade de pedra danificou toda a área plantada naquela região”, conta.
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Cerca de 70% do mamão comercializado pela Ceasa/RS no Rio Grande do Sul vem da região localizada entre o sul da Bahia e o norte do Espírito Santo. “O mamão é uma fruta que precisa de calor constante. A temperatura deve ser entre 25 e 30 graus. Por isso, essa região do sul da Bahia produz tanto”, explica o distribuidor.
O primeiro impacto do temporal já é percebido no preço. Kalisinski conta que, em média, o quilo do mamão formosa rendia de R$ 0,60 a R$ 0,70 ao produtor. A quebra fez com que este valor mais que triplicasse, elevando o custo do quilo da fruta para R$ 3,00, na revenda. “O preço final é maior, pois nele estão diluídos os custos com a distribuição e logística, que devem aumentar agora também.”
Uma das alternativas ao mercado gaúcho será comprar mamão em Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Norte. No entanto, o custo de distribuição nessas regiões será mais alto, impactando no preço final.
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Além do problema com a logística, poderá ocorrer uma falta pontual da fruta. O mamão é produzido o ano todo no Brasil, não está vinculado a períodos de safra. Porém, como os principais fornecedores estão na região afetada pelo granizo, em até 90 dias poderá ocorrer períodos de desabastecimento. “Teremos que migrar para outros fornecedores, para tentar evitar uma eventual falta de mamão pelos próximos três meses, período em que deverá ser normalizada a produção na Bahia”, alerta Kalisinski.
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Utilizado como um laxante natural, o mamão está entre as frutas mais consumidas no cotidiano da população. A nutricionista Nathália Brenner explica que o hábito de comer mamão no café da manhã, acompanhado de cereais, por exemplo, pode encontrar substitutivos com nutrientes semelhantes. “O melão e a manga podem ser usados também. O consumo de frutas com casca, como a maçã, também ajuda, pois esses alimentos são ricos em fibras”, diz.
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Nathália alerta para a necessidade de uma alimentação saudável, com consumo de frutas e verduras, associada a uma boa hidratação. Segundo ela, tomar água ajuda a evitar a constipação. “Comer alimentos ricos em fibra, sem o consumo adequado de água, causa o efeito inverso”, alerta. Para quem tem problemas de constipação, a nutricionista recomenda, na falta do mamão, o consumo de ameixa como uma boa alternativa.
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