Após quase seis anos consecutivos, preenchidos por quatro novelas, uma série e 1.350 capítulos escritos, Íris Abravanel cede espaço para outro autor na dramaturgia do SBT. Leonor Corrêa, que há 32 anos na TV atuava como diretora artística e apresentadora, assina o roteiro de Carinha de Anjo, primeira novela de sua autoria.
A trama é mais uma adaptação de um sucesso da TV mexicana, Carita de Ángel, produzida no ano de 2000. A versão original foi exibida pelo SBT em 2001 e registrou ótimos índices de audiência, motivo pelo qual entrou na fila da dramaturgia da emissora de Silvio Santos.
“Essa novela é minha primeira experiência, é o que sempre quis fazer da minha vida. Tem um livro infantojuvenil, que lancei em 2003, chamado De Cara com o Espelho, e nele eu digo: ‘Que meus chefes não me ouçam, mas o que mais gosto de fazer é escrever’. Esta é a grande chance que eu queria ter. E nessa altura do campeonato, com 32 anos de TV e 54 de idade, espero não errar muito”, disse Leonor à reportagem.
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A passagem de bastão de Íris para Leonor não foi integral. Embora a autora tenha autonomia para conduzir a adaptação e liderar a equipe de roteiristas, ela conta com a supervisão da primeira-dama do SBT.
“A única certeza que eu tenho é que não posso decepcioná-la”, brinca. “Mas é impressionante a liberdade que a Íris me dá. Ela lê o roteiro e acompanha o desenvolvimento, mas deixou a novela em minhas mãos. É uma pessoa que estimula a realização do meu trabalho.”
Carinha de Anjo acompanha a trajetória de Dulce Maria (Lorena Queiroz), uma menina de 5 anos que perdeu a mãe em um acidente e foi deixada pelo pai em um internato católico. Foi criada pelas freiras do local e recebe visitas constantes de um tio e de uma prima de seu pai.
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Todas as noites, a mãe da garotinha aparece em seus sonhos e, juntas, brincam e têm conversas emocionantes, com direito a conselhos e eventuais puxões de orelha.
“É a primeira vez que trabalho no Brasil, e sei que as pessoas daqui me conhecem há muitos anos”, comenta Lucero, intérprete de Tereza Lários, a mãe de Dulce Maria. A atriz e cantora mexicana ficou famosa no Brasil em 1984, quando o SBT exibiu pela primeira vez a novela Chispita, reprisada sete vezes pela emissora, e foi convidada no ano passado para integrar o elenco de Carinha de Anjo. “Eu não sabia falar português. É um idioma difícil. Comecei a estudar com intensidade e, em quatro meses, eu aprendi. Fiz isso porque quero conquistar o público brasileiro.”
A menina espevitada e enérgica que se verá a partir desta segunda-feira, 21, em Carinha de Anjo é bastante diferente de sua intérprete. Lorena Queiroz, a menina de rosto angelical, é bastante reservada, pouco eloquente e tímida, perfil natural de uma criança de cinco anos de idade. “Ela não é uma atriz, é uma menina de muita personalidade e com a força que a gente buscava. Afinal, ela é a protagonista e ficará um bom tempo neste papel”, explica o diretor Ricardo Mantoanelli.
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Lorena foi selecionada através do projeto Passarela, formado por um grupo de agências que trabalha com talentos infantis. Foi de lá que também surgiu Larissa Manoela, protagonista de Cúmplices de Um Resgate. “Perdi as contas de quantos vídeos assistimos com materiais de crianças. Presencialmente, avaliamos umas 300”, diz.
A menina conquistou o papel por sua doçura e rápida assimilação de sua função. Além de atuar, terá que cantar. E essa habilidade, segundo Mantoanelli, foi descoberta depois de ter sido selecionada. “Foi surpreendente. Ela já gravou duas músicas e tem se revelado uma excelente cantora”, garante.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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