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Mais três municípios decretam situação de emergência na região

Os prefeitos de Vale do Sol, Maiquel Silva (Progressistas), de Passo do Sobrado, Edgar Thiesen (Progressistas), e de Vera Cruz, Gilson Becker (PSB), assinaram, nesta quarta-feira, 12, decreto de situação de emergência em decorrência da estiagem. Apenas nesta semana, cinco municípios da região adotaram a medida. Os anteriores foram Gramado Xavier, Encruzilhada do Sul e Rio Pardo. Mas na semana anterior o procedimento já foi adotado por Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Pantano Grande, Mato Leitão, Boqueirão do Leão, Salto do Jacuí, Sobradinho, Arroio do Tigre e Tunas.

As perdas em Vale do Sol representam mais de R$ 25 milhões, conforme o levantamento realizado pela Emater. O decreto tem como base os laudos técnicos apresentados pela Secretaria Municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo, Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae), escritório municipal da Emater/RS-Ascar, Departamento Municipal de Meio Ambiente e Departamento Municipal de Assistência Social. O impacto da escassez de chuva trouxe efeitos como falta de água para o desenvolvimento das culturas, significativas perdas na pecuária de leite em função da baixa disponibilidade de pastagens e a alta temperatura prejudicou a produtividade dos animais.

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A produção de milho em Vale do Sol teve quebra estimada em 30%, os hortifrutigranjeiros irrigados tiveram perda em 20%, hortifrutigranjeiros sem irrigação de 60%, tabaco teve 10% e feijão 25%. O arroz, em aproximadamente 1.050 hectares, se encontra em estágio de desenvolvimento e, neste momento, ainda não tem prejuízo significativo, mas se constata que as lavouras estão, na maioria, sem a correta quantidade de água. A soja está com O estande reduzido e isso trará reflexo na produção futura de grãos. Além disso, ainda existem áreas que não foram plantadas, devido à estiagem.

O prefeito informou que o município já investiu mais de R$ 225 mil no combate à seca, especialmente na manutenção de caminhões para transporte de água, aquisição de canos, reservatórios e instalação de novas captações de água. O decreto de situação de emergência e os laudos técnicos estão sendo encaminhados ao governo do Estado e à Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, que farão a homologação da emergência.

Abastecimento

O secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Turismo de Vale do Sol, Alessandro Kappel, informou que o município conta com oito poços artesianos e em torno de 20 fontes de captação de água, que abastecem a rede hídrica. Atualmente, o abastecimento ocorre somente através de poços e vertentes, que em muitos locais acabaram secando por conta da forte onda de calor. “Estamos disponibilizando maquinário para abertura de vertentes e pequenos açudes. Além disso, cerca de 8 milhões de litros de água foram transportados, de novembro do ano passado até o momento, para propriedades particulares e reservatórios da rede, pois os poços e as vertentes não estão dando conta de atender, destaca Kappel. 

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Ao todo, o secretário estima que tenha ocorrido uma redução de 40% na produção de água nos últimos meses, fato que fez com que fosse necessário iniciar a distribuição de água mais cedo neste período. “As vertentes e os poços artesianos tiveram uma queda de mais de 40% de produção em decorrência da falta de chuva. Dessa forma, os caminhões-pipa da Prefeitura estão dando suporte no abastecimento de água nas localidades mais prejudicadas. Cerca de mil famílias no município estão sendo afetadas pela falta de água”, ressaltou.

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O prefeito Maiquel Silva salienta que a equipe trabalha para atenuar a falta de água. “A Administração Municipal não mede esforços no dia a dia para, ao menos, amenizar a situação que se agrava a cada dia que não chove”, completa. Silva alerta sobre a situação crítica que a região se encontra e orienta a comunidade a economizar água. Para minimizar os impactos da seca, a partir de domingo, 16, das 22 horas às 7 horas, será adotado o regime de racionamento de água em algumas localidades do município.

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Passo do Sobrado

A escassez de chuva em Passo do Sobrado afetou toda a extensão das áreas urbana e rural, em especial as lavouras de diversas culturas. A estiagem provocou a falta de água, tanto para consumo humano quanto para o uso nas plantações e trato animal. Para amenizar a situação, o município disponibilizou todo o aparato possível, com assistência e atendimento aos afetados pela falta de água. O problema já representa expressivos prejuízos econômicos e sociais diante da redução na produção de leite e bovinos de corte e de alimentos nas propriedades rurais.

Em Vera Cruz, perdas de R$ 12 milhões motivam decreto de situação de emergência

Pelo terceiro ano consecutivo, Vera Cruz decreta Situação de Emergência em razão da estiagem. A assinatura do documento ocorreu na manhã desta quarta-feira, no Gabinete do Prefeito. O laudo técnico de perdas elaborado pela Secretaria de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente, em conjunto com Sindicato dos Trabalhadores Rurais na Agricultura Familiar e Emater/RS-Ascar, estima que a quebra na produção tenha gerado prejuízo de mais de R$ 12 milhões, quase metade dessa perda, R$ 5,9 mi, ocorre somente na produção de milho em grão.

As perdas na produção agrícola, até o momento, variam entre 25% e 35% e estão concentradas nas culturas de arroz, soja e milho. O levantamento ainda aponta perdas na produção de leite. De acordo com o engenheiro agrônomo da Emater local, Alberto Pinheiro, os prejuízos levam em conta a baixa produção das culturas já plantadas devido à falta de chuvas para o desenvolvimento. Se consideradas as culturas que não chegaram a ser semeadas, os prejuízos são ainda maiores.

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O prefeito Gilson Becker salientou as intervenções feitas ao longo dos últimos dois anos e as ações planejadas para os próximos anos, na tentativa de amenizar os efeitos dos períodos de menor precipitação. “Construímos mais de 10 quilômetros de redes de água no interior só no último ano e ampliamos o Programa Protetor das Águas para melhorar ainda mais a vazão do Arroio Andréas. Estamos contratando horas de escaveira hidráulica para abertura de açudes e encaminhando documentação solicitada pela Secretaria de Obras do Estado para perfuração de poços artesianos”, relembrou o Chefe do Executivo.

Além disso, Becker afirmou que o plano para construção da barragem está avançando. “Serão 12 hectares de reservação de água em Dona Josefa. Também está em estudo de viabilidade a utilização da cava de britador, na mesma região, como reservatório”, revelou o prefeito, fazendo um comparativo do consumo de água que em 2010 era de 2 milhões de metros cúbicos de água por dia em Vera Cruz e hoje ultrapassa os 6 milhões.

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O Chefe do Executivo ainda ressaltou a soma de esforços com entidades para amenizar os prejuízos dos agricultores. O decreto é uma maneira de garantir a anistia do Programa Troca-Troca de Sementes de Milho e a possibilidade de acesso dos produtores rurais aos seguros agrícolas, bem como a renegociação de financiamentos e a busca de recursos do Governo do Estado e da União para outras intervenções do Município.

Até o momento, mais de 500 mil litros de água para consumo humano e animal já foram transportados pelo Corpo de Bombeiros Misto de Vera Cruz. Conforme o sargento Eder Porto Ferreira, desta vez os pedidos iniciaram mais cedo, em novembro. No verão passado, os pedidos começaram a chegar em dezembro para a corporação, que chegou a entregar 1 milhão de litros de água.

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Heloísa Corrêa

Heloisa Corrêa nasceu em 9 de junho de 1993, em Candelária, no Rio Grande do Sul. Tem formação técnica em magistério e graduação em Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo. Trabalha em redações jornalísticas desde 2013, passando por cargos como estagiária, repórter e coordenadora de redação. Entre 2018 e 2019, teve experiência com Marketing de Conteúdo. Desde 2021, trabalha na Gazeta Grupo de Comunicações, com foco no Portal Gaz. Nessa unidade, desde fevereiro de 2023, atua como editora-executiva.

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Heloísa Corrêa

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