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Mais do que nunca, recomeçar é preciso

A cada dezembro o termo “recomeçar” se repete. Afinal, chegamos ao final de uma jornada de 12 meses projetando planos para o ano “zero-quilômetro” que nos aguarda. É redundante falar em “ano diferente”, mas cá entre nós: parece que o sofrimento mundial da Covid-19 tornou esses meses infindáveis. À exceção da vacina – sem prazo para ser licenciada, produzida e distribuída neste país continente –, temos poucos motivos para celebrar o réveillon, mesmo em família.

“Recomeçar” se transformou, ao longo de 2020, em um exercício de sobrevivência. Com quase dez meses de confinamento compulsório a nossa rotina virou de cabeça para baixo, mas nem tudo são espinhos. Longe de ser piegas, acredito que muita gente aprendeu a conviver – e praticar – solidariedade em elevadas doses.

De forma dolorosa assimilamos as nossas próprias fraquezas, permeadas pela solidão e pelo convívio forçado em ambientes compartilhados. Vimos inúmeras tragédias em proporções impensáveis mundo afora. No país e no nosso Rio Grande do Sul.

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Mesma na dor, a intolerância recrudesceu, de forma especial nas redes sociais, onde o ódio disfarçado de política parece grassar a cada dia com mais vitalidade. Existe uma legião de soldados da raiva que não se cansa de provocar, mentir e distribuir fake news em doses cavalares.

Os projetos para o ano que chega quase sempre são apenas intenções. No rescaldo de dezembro constatamos que abandonamos os planos depois de poucos meses. Em 2021, mais do que nunca, é impossível traçar objetivos realizáveis. À exceção da necessidade de prover reservas financeiras, nada pode ser definido com convicção.

Outra certeza é a necessidade da solidariedade como ação do dia a dia. É impossível ficar alheio ao sofrimento de milhões diante das benesses que a vida nos permitiu. Se antes já tínhamos – sempre! – algo sem uso dentro de casa, agora podemos vislumbrar como fomos egoístas até aqui. 2021, quem sabe, seja a real possibilidade de reverter esta tendência e fazer da crise um aprendizado com o condão de mudar mentes e corações para sermos solidários.

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Os dias de incerteza vão perdurar. A vacina, sob o símbolo da esperança, já é uma realidade próxima, mas há etapas a serem vencidas até a imunização global.

Até lá vamos conviver com o medo do “day after”. Cada despertar matinal é o tiro de largada de uma corrida pela sobrevivência. E nesta jornada, somente a visão coletiva por meio do apoio, da ajuda e da solidariedade concreta poderá determinar um final feliz.

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Naiara Silveira

Jornalista formada pela Universidade de Santa Cruz do Sul em 2019, atuo no Portal Gaz desde 2016, tendo passado pelos cargos de estagiária, repórter e, mais recentemente, editora multimídia. Pós-graduada em Produção de Conteúdo e Análise de Mídias Digitais, tenho afinidade com criação de conteúdo para redes sociais, planejamento digital e copywriting. Além disso, tive a oportunidade de desenvolver habilidades nas mais diversas áreas ao longo da carreira, como produção de textos variados, locução, apresentação em vídeo (ao vivo e gravado), edição de imagens e vídeos, produção (bastidores), entre outras.

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Naiara Silveira

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