Elas

Mais do que moda, um propósito

O ano era 2020 e Santa Cruz do Sul começava a enfrentar as incertezas resultantes da pandemia de coronavírus, que já deixava marcas no sistema de saúde, na economia e em todas as demais áreas, conforme aumentava o número de casos em cada região do país e do mundo. A santa-cruzense Gabriela Xavier, então com 36 anos, atuava na área de estética associada a terapias alternativas, com foco no bem-estar de corpo, mente e espírito. Como trabalhava com massoterapia, que envolve toque, o cenário era de incerteza e medo.

Nesse contexto, a comercialização de roupas pelas redes sociais se apresentou como uma possibilidade, mas, junto dela, surgiram questionamentos com relação à origem das peças e à cultura do consumo. “O fio dessas perguntas se tornou uma trama me mostrando um caminho lindo. Plantações agrícolas familiares respeitando o tempo, a terra, o homem que planta, colhe e transforma o algodão orgânico em fios e fios em tecidos “, lembra Gabí. E essa teia a encorajou a vender o carro para desenvolver a primeira marca autoral de roupas sustentáveis com tecidos orgânicos dos Vales do Rio Pardo e Taquari: a Gabí Xavier. A sociedade com uma amiga costureira permitiu o início da produção.

LEIA TAMBÉM: Elas gourmet: aprenda a fazer a receita de Lagosta à Thermidor

Publicidade

A coleção-cápsula Despertar Gaia contava com 10 peças produzidas em tecidos como algodão oriundo da agricultura familiar do Nordeste brasileiro e cânhamo importado da Austrália, além de botões de casca de coco feitos numa cooperativa de Rondônia. “A Gabí Xavier é a ponta dessa teia de amor e cuidado, de valorização do trabalho, de respeito pela mãe terra”, reflete. 

Filosofia de vida

O custo de peças sustentáveis é alto, especialmente em função do preço dos tecidos. Por isso, embora a produção seja local, cada item pode custar o equivalente a peças de grandes marcas estrangeiras. Para Gabí, no entanto, o vestir diz muito sobre nossas escolhas e a nossa consciência social, econômica e ambiental, que juntas formam o tripé da sustentabilidade. E isso deve ser levado em conta na hora de adquirir uma peça nova: moda consciente também é investimento. “O que está por debaixo dos panos? Não é só por ser santa-cruzense. A gente está falando da dona Maria que costurou, da dona Julia que costurou. A gente pode se vestir diferente. A moda sustentável é o meu jeito de melhorar o mundo, é o meu legado para as próximas gerações.”

LEIA MAIS: Elas: décima sexta edição do caderno evidencia a determinação e o amor próprio de mulheres

Publicidade

Duas coleções

Além da Despertar Gaia, a Gabí Xavier tem a coleção 8R’s da Sustentabilidade, composta por peças usadas que passaram por reforma e customização. “A gente pode fazer uma moda bonita, limpa, com custo-benefício para todos os gostos e bolsos”, garante Gabí. Estudante de Moda, ela diz que ser sustentável não significa necessariamente ser hippie.

“A Gabí Xavier valoriza a autoestima feminina, a sensualidade.” Hoje sem sociedade, ela segue contando com o trabalho de ateliês locais e a capacidade de produção é o grande desafio, pois o desenvolvimento de cada peça depende de investimento. A comercialização das peças, atemporais, é feita em loja colaborativa dentro da Casa Pranna, em Santa Cruz. Saiba mais em @bygabixavier, no Instagram.

LEIA MAIS REPORTAGENS DA EDITORIA ELAS

Publicidade

Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!

caroline.garske

Share
Published by
caroline.garske

This website uses cookies.