A vida me ensinou algumas coisas. Uma delas reza que é melhor conciliar do que, estando em vantagem, mesmo assim teimar e prolongar a discussão. Também muito observei na vida que, quanto menor a educação de berço de uma pessoa guindada a alto posto, maior é o uso bruto de sua “otoridade”.
Existem nos tempos atuais pessoas cujo conhecimento se cinge ao seu mundo particular e profissional ou ocupacional. Está cada vez mais rarefeito o conhecimento enciclopédico ou, como dizem os alemães, uma “Weltanschauung”, uma visão do mundo.
Ocorreu, então, o vírus. Não sou imprudente a ponto de dizer o que é melhor ou pior. Mas me incomoda muito a possibilidade de milhares de pequenos, médios e grandes empreendedores quebrarem. Até li, numa publicação de negócios, que poucos conseguirão sobreviver a uma paralisação de dois ou três meses. Os pequenos, então, já estão sem caixa.
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Indigna-me a atitude de alguns gestores da coisa pública de todas as esferas. A maioria se arvora em régulos das suas sesmarias, não querendo nem saber se vai acontecer um colapso ou não. Infelicita-me a falta de diálogo, de concertação. Também aprendi na vida que sempre se encontra, com diálogo e boa fé, um caminho menos nefasto e dolorido.
Penso, também, que alguns governadores nitidamente se arvoram como os salvadores da pátria, alguns pisoteando regras republicanas, não querendo nem saber das consequências.
Na órbita federal, dê-lhe pseudobondades e bateção de cabeças.
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Nosso presidente está desconectado da maioria dos mandatários estaduais, inclusive dos presidentes dos legislativos. Pena que ele insista em ignorar Senado e Câmara. Concordo que nem tudo são flores nessas instituições, mas é o que temos por enquanto. Para complicar mais, é nítido que entre integrantes do seu ministério há uma cizânia de dar medo. A novidade foi uma derrota tática do presidente, ao ser “convencido” a não demitir Mandetta. Agora se expôs o que muitos previam: um núcleo duro resolveu intervir.
O primeiro mandatário, a meu ver, cometeu erros evitáveis, como o de desautorizar pessoas leais ou as demitir imotivadamente. Falta-lhe meditar antes de se expressar. Vislumbro com pesar que muitos amigos, que votaram no Bolsonaro, fizeram anônima campanha por ele, brigaram até com parentes, já estão desencantados (para dizer o menos).
Vamos nos cuidar e rezar para que as coisas se ajeitem e que não ocorram convulsões sociais. O perigo é grande.
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Sem emprego e sem comida, é zebra na certa.
Hoje é quinta-feira Santa, dia bom para meditar. Feliz e abençoada Páscoa!
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