Santa Cruz do Sul, assim como outros municípios do Rio Grande do Sul, vive o processo de recuperação após as enchentes. O cenário da região conhecida como Navegantes, às margens do Rio Pardinho no Bairro Várzea, evidencia a dificuldade dos moradores em retornar às suas rotinas após a cheia. Por lá ainda é possível ver que há muito barro nas ruas, mesmo com alguns períodos de seca registrados nos últimos dias. Os entulhos colocados para fora das casas expõem os rastros de destruição causados pelas águas que adentraram na maioria das residências e os moradores continuam o trabalho de limpeza em muitas delas.
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No sábado pela manhã, Izolde Haas, de 69 anos, limpava o pátio de sua casa na Rua Irmão Emílio. Um dos serviços consistia na retirada de objetos que foram perdidos durante a enchente. Morando há 35 anos no local, Izolde nunca havia passado por situação parecida. “Já houve outros momentos em que vimos a rua alagar, mas dessa vez a água subiu até a metade do corpo dentro de casa”, relembrou. Após a cheia, ela e o marido foram abrigados na casa do filho, em Linha Santa Cruz.
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Segundo Izolde, os móveis da parte debaixo da casa foram quase todos perdidos, sobrando apenas a geladeira e o freezer que voltaram a funcionar. Para se restabelecer, o casal recebeu ajuda de voluntários com doações de colchões, cestas básicas, produtos de limpeza e marmitas. “Eles nos ajudaram muito, inclusive tiraram o barro mais grosso de dentro da casa. Não podemos nos queixar”, afirmou. Apesar do momento difícil, o casal pretende permanecer no Várzea. “Esperamos que não ocorra mais enchente. Se ocorrer, vamos seguindo até quando der.”
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A algumas quadras da casa de Izolde, o também morador do Navegantes, Maiquel Roos, de 40 anos, fazia a limpeza da entrada da casa dos pais que apresentava grande quantidade de barro acumulado. Segundo ele, com a ocorrência da cheia, seus familiares se abrigaram em Candelária, onde possuem outro imóvel. “Eles estão fora desde a enchente e eu estou limpando para ajudar eles a retornarem para cá”, disse o morador.
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Maiquel, que reside junto da esposa e do filho a três casas de distância dos pais, também perdeu bens materiais, mas recebeu ajuda particular. Ao ser perguntado sobre manter moradia no Várzea, Roos se mostrou incerto sobre o futuro. “Eu investi muito na minha casa, por isso não é uma decisão simples deixar tudo para trás”, desabafou. Ele acredita que outros moradores da região de Navegantes estejam confusos sobre qual caminho seguir após a enchente. “Se perguntar o que queremos, ninguém sabe ao certo. Ainda é tudo muito recente”, concluiu.
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