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NOVEMBRO ROXO

Mais de dez bebês nasceram prematuros por mês em Santa Cruz nesse ano

Foto: Alencar da Rosa

Neste 17 de novembro é lembrado o Dia Mundial da Prematuridade. O mês é dedicado e abre espaço à sensibilização para a causa, com a campanha internacional Novembro Roxo. Em 2022, o tema global da data é “Garanta o contato pele a pele com os pais desde o momento do nascimento”.

A temática reforça a presença física da mãe e do pai junto ao bebê desde o momento do nascimento. Dados da Secretaria de Saúde de Santa Cruz do Sul apontam que, de janeiro a novembro deste ano, 133 bebês nasceram prematuros, o que representa uma média de mais de dez por mês.

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É considerado prematuro o bebê que nasce antes das 37 semanas de idade gestacional, de acordo com Fabiane Souza, pediatra neonatologista e coordenadora médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal e Pediátrica do Hospital Santa Cruz (HSC). “Podemos dizer que esses bebês não nascem completamente formados em relação ao seus sistemas. Eles acabam não recebendo nutrientes que são passados pela mãe no final da gravidez, no último trimestre, por terem nascido antes do tempo”, explica.

Conforme Fabiane, os bebês prematuros possuem níveis. Prematuros extremos são os que nascem antes das 28 semanas de gestação; já os moderados, entre 29 e 33 semanas. Os chamados prematuros tardios nascem entre 34 e 36 semanas. “Apesar da diferença de tempo, todos precisam de cuidados. Às vezes é um bebê grande, mas não tem um sistema adequado”, esclarece.

Fabiane Souza é pediatra neonatologista

As primeiras causas da prematuridade são maternas, isto é, advindas da mãe. “Colocamos em primeiro lugar a educação da mãe. Se é uma gestante adolescente, por exemplo, ela acaba algumas vezes não se cuidando como deveria. Mas há outras causas ligadas à gestante, como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e síndrome de hellp (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas), entre outras. Questões específicas da mulher, da mesma forma, podem ser causadoras, como tabagismo, uso de drogas ou idade materna avançada.”

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Mas é possível evitar a prematuridade? Fabiane ressalta que a causa é difícil de combater por ser multifatorial. “A prevenção pode se dar por meio de educação e realização de pré-natal. Ser uma mãe saudável é o que pode ser feito”, afirma. Após o nascimento de um bebê prematuro, a maior parte dos cuidados é realizada no hospital, mas a família também deve ajudar. “É sempre um desafio falar sobre essas realidades com a família e manter ela vinculada ao bebê, principalmente a mãe. Acolher é muito importante”, destaca a profissional.

A batalha do pequeno Anthony Cauã Torales

Jenifer Nascimento, de 27 anos, viveu a prematuridade de forma inesperada e intensa. A gravidez de seu primeiro filho, Anthony Cauã Torales, foi tranquila até as 26 semanas, quando ela começou a sentir fortes dores de cabeça e inchaço nos pés. “Dois dias depois fui para o hospital. Lá descobri que minha pressão estava muito alta, em 20”, relembra.

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Após muitos exames, Jenifer descobriu que o diagnóstico era de pré-eclâmpsia e síndrome de hellp. A primeira é caracterizada como a pressão alta durante a gravidez e a segunda, por uma complicação grave derivada da pressão elevada. Naquele momento, a única opção de Jenifer era o parto cesárea. “Eu pensei que podia esperar, mas os médicos falaram que o bebê teria que nascer naquele dia”, conta.

Registro feito no hospital mostra Anthony com 26 semanas

Então, em 12 de novembro de 2021, com 26 semanas de desenvolvimento, Anthony chegou ao mundo como prematuro extremo, pesando apenas 840 gramas. “Foi muito angustiante, senti muito medo. Mas eles são mais fortes do que os adultos.” Depois daquele dia, foram muitas semanas de cuidados. O bebê de Jenifer ficou internado por 92 dias, 74 deles na UTI. “A gente podia visitar todos os dias, mas em horários específicos. Eu sempre ficava lá, até de madrugada.”

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Posteriormente ao nascimento, Anthony desenvolveu um sopro no coração e hemorragia no cérebro de grau II, mas conseguiu superar sem a necessidade de cirurgia. Hoje, com 1 ano, ele vive normalmente com a família, sem nenhuma sequela. Jenifer se preocupa em orientar outras mulheres que possam passar pela mesma situação que ela. “Quero deixar como um alerta para as mães: se sentirem alguma coisa, procurem um médico. E se o bebê nascer prematuro, o melhor caminho é acreditar que no final tudo vai dar certo”, enfatiza.

Jenifer e Anthony: bebê não teve sequelas e vive normalmente

Benício e Luigi: superação em dose dupla

Ser mãe era o grande sonho de Josiane Möhler, de 37 anos. Chegou a engravidar três vezes, mas os fetos não conseguiram se desenvolver. A quarta gestação chegou por meio do método de indução com medicamentos. “Na nossa terceira rodada de indução, acabamos engravidando”, lembra Josiane. Após exames de pré-natal, veio o presente: eram gêmeos. Ainda que receosa por conta de seu histórico de perdas, Josiane se sentiu muito feliz pela surpresa. “Seguimos com fé de que tudo daria certo.”

O desenvolvimento de Benício Möhler Vechi e Luigi Möhler Vechi seguiu normal até as 28 semanas, quando a bolsa de Benício estourou durante a noite de 28 de maio de 2020. “Eu não tinha conversado com minha obstetra sobre prematuridade, não cogitávamos essa possibilidade. Isso me prejudicou um pouco, eu não tinha nenhuma informação”, recorda.

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Irmãos gêmeos ficaram 63 dias internados na UTI Neonatal

Depois de uma noite em observação no hospital, os gêmeos nasceram de cesárea com intervalo de apenas um minuto. Benício nasceu às 13h05, pesando 1.140 quilo, e Luigi às 13h06, com 1.138. Josiane relata uma emoção indescritível quando os viu pela primeira vez na UTI Neonatal. “Eu não consigo colocar em palavras tudo o que eu estava sentindo. Foi um alívio ver eles ali com vida. Ao mesmo tempo, tive medo de receber a notícia de que eles não haviam conseguido.”

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Os irmãos ficaram 63 dias internados e, mesmo tão pequenos, enfrentaram muitas batalhas. “Eu só pensava em agradecer, porque mesmo eles sendo frágeis, tinham vida, eram guerreiros. Eu tive medo, mas também, no fundo, a certeza de que ia dar certo.”

Josiane e os filhos Benício e Luigi, que hoje vivem saudáveis

Saudáveis, Benício e Luigi receberam alta do hospital e hoje vivem muito bem. Os gêmeos têm até conta no Instagram (@benicioeluigi), onde Josiane atualiza a rotina dos irmãos. Contam também com um canal no YouTube, denominado “Ben e Lui”.

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