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Sonho

Mais de 2,5 mil quilômetros: santa-cruzense cursa Medicina no Tocantins

Às vezes, a realização de um sonho parece distante. No caso do estudante santa-cruzense Matheus Assis dos Santos, mais de 2,5 mil quilômetros o separavam da conquista. Ele saiu direto das salas de aula da Escola Estadual de Ensino Médio José Mânica para os laboratórios do curso de Medicina do Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos (ITPAC). Agora, ele mora e estuda, com uma bolsa de 75%, na cidade de Porto Nacional, a 60 quilômetros da capital, Palmas.

Ele conheceu o ITPAC na internet e foi selecionado por meio de um processo seletivo que utilizava a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Santos concorreu também a uma vaga na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) e na Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe).

A vontade de cursar Medicina exigiu que Santos abrisse mão de momentos de tranquilidade para mergulhar dentro dos livros. “Houve um esforço pessoal muito grande, porque eu sempre sonhei em ser médico”, destaca. Aos professores, coube acreditar no potencial do estudante e motivá-lo, para que não desistisse. Das 8 horas às 17 horas, Santos frequentava um cursinho pré-vestibular. À noite, ia para a escola. “A minha rotina de estudos era muito intensa. Quase não conseguia ver minha família e a escola me compreendeu e me acolheu muito bem”, lembra.

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Identificado com o Mânica

A relação entre Matheus Assis dos Santos e a equipe da Escola José Mânica é de longa data. Ele iniciou os estudos lá no 1º ano do ensino fundamental. Quando estava matriculado no 7º ano, aconteceu o desabamento do prédio e, por falta de espaço, foi um dos alunos transferidos. No ano passado, para se adequar à rotina de estudos, voltou para a escola. “Eu sempre me identifiquei com o Mânica”, diz.

A diretora da escola, Daiane Lopes, conta que Santos sempre surpreendeu os professores em sala de aula. “Essa conquista é a prova de que, quando o professor faz seu papel, a família oferece apoio e o aluno constrói conhecimento, muitas barreiras podem ser vencidas”, destaca. Segundo ela, a aprovação serve de estímulo para que os professores continuem acreditando na educação, ainda que o momento vivido pela rede estadual seja “caótico”.

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Encontro com uma nova realidade

Em Santa Cruz do Sul, Matheus Assis dos Santos morava com os pais. Agora, divide um apartamento com outros colegas do curso de Medicina. Além dele, mais cinco gaúchos trocaram os pampas pela sonho de se tornarem médicos no Tocantins. Para o jovem, a maior dificuldade é encarar o clima quente, pouco visto por aqui. “Em um dia, chegou a fazer 45 graus”, conta.

A realidade vivenciada no Tocantis também surpreendeu o santa-cruzense, que diz ser diferente da que estava acostumado no Rio Grande do Sul. Já nas primeiras aulas do curso de Medicina, o jovem teve contato com comunidades quilombolas e indígenas. “Dá para notar que a disparidade social no País é gigante”, relata.

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