Já foram confirmadas 204 mortes decorrentes do temporal que atingiu Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, no dia 15 de fevereiro. A tragédia, que completou, nessa terça-feira, 22, uma semana, é considerada a maior da história da cidade. Outra catástrofe ocorrida devido a chuvas deixou 171 mortos em 1988. Já em 2011, 73 moradores de Petrópolis perderam a vida em meio a temporais que caíram sobre a região, atingindo mais fortemente as cidades de Teresópolis e Nova Friburgo.
O Instituto Médico Legal (IML), vinculado à Polícia Civil, é o responsável pelo processo de identificação das vítimas. Segundo dados do órgão, mais de 60% são mulheres. Até o momento, 188 corpos foram identificados, dos quais 182 foram liberados para sepultamento. A liberação dos outros seis depende apenas da emissão da documentação de registro de óbito.
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O temporal que desabou em Petrópolis foi apontado pelo governo do Rio de Janeiro como a pior chuva na cidade desde 1932. Segundo o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, choveu 258,6 milímetros em apenas três horas, gerando destruição em diversos bairros. Carros que foram arrastados ficaram espalhados por toda a cidade, obstruindo vias e calçadas. Segundo a prefeitura, mais de 400 veículos já foram removidos e levados para o pátio do Departamento de Trânsito do Estado do Rio de Janeiro (Detran-RJ), no Bairro Morin, onde os proprietários poderão retirá-los. Por se tratar de uma tragédia, não haverá cobrança de taxa pelo reboque, nem multa.
Não há previsão para encerramento das buscas por vítimas. Há pelo menos 51 pessoas desaparecidas. A Polícia Civil lançou na semana passada o Portal de Desaparecidos. A entrega da ferramenta, que estava em desenvolvimento há algum tempo e reúne ocorrências de todo o estado, foi antecipada diante da tragédia em Petrópolis. Os trabalhos de busca mobilizam mais de 600 militares, sendo aproximadamente 500 do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e o restante enviados de outros estados em solidariedade. Segundo a corporação fluminense, além dos mortos localizados, 24 pessoas foram resgatadas com vida.
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O último corpo encontrado foi de um homem de aproximadamente 50 anos. Ele foi avistado nesta quarta-feira, 23, dentro do Rio Quitandinha. Os bombeiros também resgataram mais cedo uma gata com vida. Ela ficou nove dias presa sob os escombros e foi encaminhada para cuidados veterinários, já que está com a saúde debilitada devido à falta de água e de alimentação.
A cidade ainda busca restabelecer os serviços públicos. A vacinação contra a Covid-19 foi reiniciada nesta semana. Nessa terça, a Secretaria Municipal de Saúde também retomou a atualização do painel de monitoramento dos dados da pandemia. O edifício onde fica o órgão sofreu alagamentos e equipamentos que eram usados nessa tarefa precisaram de reparos.
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O transporte público ainda não opera em plenitude. A retomada está ocorrendo de forma gradual. Segundo a Secretaria Municipal de Transportes, as linhas de ônibus estão atendendo a população com menos horários e frota reduzida, devido às obstruções de vias, à necessidade de reparo em diversos veículos e à falta de funcionários. Muitos deles perderam familiares e bens materiais e não conseguiram retornar ao serviço ainda. Seis ônibus tiveram perda total.
A preocupação com os impactos de novas chuvas é constante. Com a instabilidade do tempo, sirenes localizadas próximas à áreas de risco tem sido acionadas diariamente pela Defesa Civil. Nesta quarta, todos os 18 dispositivos emitiram o alerta, diante da previsão de pancadas de chuva intensa. “O órgão orienta que a população fique atenta às atualizações dos avisos e em caso de risco, as pessoas devem se dirigir para um local seguro, como casa de familiares fora da áreas de risco ou para os pontos de apoio que são mantidos pela prefeitura”, diz a Defesa Civil.
Neste momento, a cidade acolhe 811 pessoas nas 13 escolas públicas que se encontram sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Assistência Social. Nessa segunda-feira, 21, o prefeito Rubens Bomtempo anunciou um acordo com o governador do Estado, Cláudio Castro, para a garantia de um aluguel social no valor de R$ 1 mil, sendo R$ 800 pagos pelo Estado e R$ 200 pelo Município. O intuito do benefício é permitir que as famílias possam alugar quartos ou casas temporariamente.
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