Destinado aos moradores que tiveram os imóveis atingidos pelas enchentes em Santa Cruz do Sul, o Programa Aluguel Social foi solicitado por 155 famílias. A informação foi confirmada pelo secretário municipal de Habitação, Marlon Bairros da Silva, em entrevista ao jornalista Ronaldo Falkenback, na Rádio Gazeta FM 107,9, na manhã dessa segunda-feira, 20.
Conforme Silva, entre os pedidos estão 51 de moradores do Bairro Várzea, 32 do Margarida e 16 de Rio Pardinho. O programa é destinado somente aos proprietários que vivem no imóvel atingido. Para recebê-lo, é necessário obter um laudo da Defesa Civil atestando que o imóvel não apresenta mais condições de habitação. A vistoria é feita após o cadastramento.
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O aluguel social tornou-se uma alternativa a parte das famílias abrigadas no Parque da Oktoberfest. Com o recuo das águas, os acolhidos puderam se dedicar à limpeza dos imóveis e verificar se há possibilidade de retornar. Muitos estão lá desde o início do mês, sem saber qual será o destino. Cassandra Gonçalves, de 36 anos, e o marido Edmar Alexandre da Conceição, de 44, solicitaram o benefício. Moradores do Bairro Várzea, no ponto conhecido como Navegantes, tiveram que abandonar a casa no dia 30 de abril.
Foram obrigados a deixar os pertences e o veículo. “Não conseguimos tirar nada. Saímos de lá com a água já na cintura”, relatou Cassandra. Desde então, o casal e três filhas estão no Pavilhão 2, onde receberam roupas e outras doações. Nessa segunda-feira, 20, mudaram-se da tenda 14 para a 1.
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Eles compraram a moradia em 2007. “Nunca havia entrado água, agora veio com tudo e levou tudo. Todos os nossos sonhos foram literalmente por água abaixo”, lamentou Cassandra. Recentemente voltaram ao imóvel e limparam quatro cômodos. Mas os problemas vão muito além da lama. Segundo a moradora, o sistema de encanamento foi todo prejudicado e há rachaduras nas paredes. Existe ainda o risco de desbarrancamento. “Não vamos nos arriscar a voltar lá”, afirmou.
Para obter o aluguel, o casal aguarda a vistoria da Defesa Civil. Apesar de estarem recebendo a ajuda necessária, sentem saudades de ter um lar. E ainda precisam lidar com a perda dos bens, que a família levou anos para obter, e a incerteza de quando vão sair do abrigo. “Abala o psicológico. As crianças também estão deprimidas com a situação”, afirmou.
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Luciana Pereira de Barros, de 35 anos, foi contemplada com o benefício. Moradora do Bairro Margarida, no ponto conhecido como Xurupita, precisou sair de sua residência, onde vivia há cerca de um ano, após o risco de deslizamento. A ordem da Defesa Civil foi dada no dia 2 de maio. Desde então, ela está no número 32 do Pavilhão 3.
Precisou sair de casa sem poder retirar seus bens materiais. Embora não tenha motivos para se queixar do tratamento recebido no Parque da Oktoberfest, a dona de casa não vê a hora de ir embora. “É complicado. Quem não quer estar na sua casa?”, indaga.
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Apesar de ter obtido o aluguel social, Luciana diz que está com dificuldade de encontrar um imóvel. “Saí várias vezes para procurar uma casa, mas até agora não tive retorno.” A demora desestabiliza Luciana. “Virou um pesadelo. Só quero poder sair e recomeçar.”
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