O Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) divulgou recentemente os resultados da quinta etapa do estudo Covid-VRP. Considerada uma pós-pesquisa, essa nova fase reaplicou testes rápidos em pessoas que já haviam testado positivo nas etapas anteriores, em 2020. O objetivo foi verificar se o organismo dos indivíduos ainda apresenta imunidade contra a Covid-19. A conclusão foi de que mais da metade dos infectados não possui mais anticorpos e, dessa forma, está suscetível a contrair a doença novamente.
Coordenado pelo médico infectologista Marcelo Carneiro, o estudo desconstrói a teoria repetida por muitas pessoas, de que, após a infecção, o organismo ganha imunidade ao vírus e por isso não é mais necessário respeitar as medidas de segurança. Dos 90 testes rápidos aplicados novamente em pessoas que tiveram Covid-19 em algum período de 2020, 53,3% não têm mais anticorpos, enquanto 27,8% tinham anticorpos do tipo IgM e 30% do tipo IgG.
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Esses anticorpos do tipo IgM podem indicar que houve uma nova infecção, persistência de anticorpos da fase aguda por um tempo maior do que o previsto ou mesmo um falso positivo. Por outro lado, a baixa prevalência do tipo IgG demonstra que, com o passar do tempo, a maioria das pessoas pode estar sujeita a se infectar novamente. Dessa forma, é indispensável manter os protocolos de distanciamento social, higiene frequente das mãos e uso de máscara mesmo após se recuperar da doença.
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Entrevistas
Além da testagem, os pesquisadores também realizaram entrevistas para coletar dados socioeconômicos. Sobre o distanciamento, 64,4% responderam que aderem bastante, enquanto 52,2% afirmaram que só saem de casa para atividades essenciais. O uso de máscaras é um dado que chama atenção, com 24% dos pesquisados dizendo que não usam o utensílio no ambiente de trabalho e 88% afirmando que não usam dentro de casa. Em relação ao diagnóstico, 55,6% ficaram sabendo pelo exame RT-PCR, 33,3% pelo teste rápido da pesquisa e 11,1% por teste de antígeno feito em laboratório ou farmácia.
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