O Brasil reciclou 55% das embalagens PET descartadas pela população em 2019. Em Santa Cruz do Sul, no ano passado, a Cooperativa de Catadores e Recicladores (Coomcat) recolheu 1.050 toneladas de resíduos sólidos, que foram encaminhados para reciclagem, dos quais 270 toneladas eram de plástico. A estimativa é que o aproveitamento deste material seja responsável pela preservação de 32 mil litros de petróleo.
No país, o volume reciclado de PET equivale a 311 mil toneladas do produto, 12% acima do registrado em 2018, que geraram um faturamento de mais de R$ 3,6 bilhões. As informações são do 11º Censo da Reciclagem do PET no Brasil, elaborado pela Associação Brasileira da Indústria do PET (Abipet), com a participação de 160 empresas de todo o país. Esse grupo está dividido entre recicladores (22%); aplicadores (70%), que são empresas que adquirem e utilizam o PET reciclado em seus produtos; e integrados (8%), que fazem a reciclagem e também utilizam o material na fabricação de itens que retornam ao mercado.
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“O crescimento verificado em 2019 é reflexo do fortalecimento da economia circular, composta por uma indústria diversificada que utiliza o PET reciclado em seus produtos. A criação dessa cadeia, feita ao longo de 20 anos, resulta em uma demanda consistente, que cria valor à reciclagem do PET”, afirma o diretor executivo da Abipet, Auri Marçon.
De acordo com a Abipet, o desempenho brasileiro é superior ao de países desenvolvidos, como os Estados Unidos, por exemplo, que reciclam 29% de suas embalagens PET. Mesmo a União Europeia, que apesar de coletar 58,2% do PET pós-consumo, não recicla o material e envia boa parte dele para ser processado em outros países. A amplitude no uso do PET reciclado acontece porque o Brasil é líder mundial em diferentes aplicações, o que gera demanda pelo produto, revertido em faturamento e renda.
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Para a Abipet, o aumento do volume coletado só virá a partir da construção de grandes centros de triagem para separar materiais recicláveis e do aumento da coleta seletiva e do número de cooperativas de catadores. “Somente essas iniciativas, associadas ao descarte correto feito pelos cidadãos, serão capazes de abastecer as linhas de reciclagem. Precisamos impedir que as embalagens continuem sendo enterradas em lixões e aterros, resultando em desperdício de matéria-prima que poderia ser muito útil à sociedade, gerando emprego, renda e, obviamente, preservando o ambiente”, afirma Marçon.
Usos do pet
Os principais consumidores de PET reciclado no Brasil são os fabricantes de pré-formas e garrafas, com 23% do total, num processo conhecido como bottle to bottle, principalmente em decorrência do aumento da produção de embalagens em grau alimentício. Em seguida vem a indústria têxtil (22%), laminados e termoformados (bandejinhas) (17%), setor químico (15%) e fitas de arquear (10%). Outras aplicações respondem pelo uso dos 13% restantes.
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Em razão dessa diversidade, o PET reciclado é encontrado em peças de vestuário, como o poliéster utilizado na composição dos tecidos, garrafas plásticas e embalagens utilizadas por grandes fabricantes de refrigerantes e bebidas, produtos de beleza e limpeza, tintas e vernizes e tapetes e carpetes automotivos, dentre outros.
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