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Maior parte dos casos não apresenta sintomas

Em videoconferência na tarde dessa sexta-feira, o Consórcio Intermunicipal de Serviços do Vale do Rio Pardo (Cisvale) divulgou os dados da terceira etapa da pesquisa Covid-VRP. Realizado por profissionais da Unisc nos dias 29 e 30 de agosto, o estudo aplicou 1.063 testes rápidos em moradores de Santa Cruz do Sul e outros 13 municípios que compõem o consórcio. Entre os resultados apresentados, chama atenção o fato de somente 40% dos positivados apresentarem algum tipo de sintoma, enquanto o restante teve a doença de forma assintomática.

Conforme a validação feita pelos pesquisadores, os testes aplicados têm uma precisão aproximada de 97%. Especificamente, 3,6% de chances de apresentar um resultado falso negativo e 2% para falso positivo. “As dúvidas quanto aos resultados são muito pequenas, o que nos dá muita segurança para determinar os resultados desse estudo”, ressaltou o médico infectologista Marcelo Carneiro, coordenador da Covid-VRP. Em relação à divisão dos casos, o equilíbrio entre as zonas urbana e rural cresceu nessa etapa. Dos 1.063 testes aplicados, 35 foram positivos; destes, 21 estavam na cidade (60%) e 13 nas localidades do interior (40%).

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Outro apontamento que chama a atenção diz respeito aos familiares. Em 24,5% das residências onde houve um caso confirmado, outro morador também teve o resultado positivo, evidenciando a necessidade de manter os cuidados também em casa. “As pessoas têm que entender que existe um risco de contágio muito alto dentro do domicílio. Nós temos que cuidar das pessoas que moram conosco e dos idosos com quem temos contato”, frisou Carneiro, acrescentando que é preciso estender os cuidados – inclusive o uso de máscara – quando houver uma pessoa de risco no domicílio.

Nesta terceira etapa, os pesquisadores identificaram uma maior incidência de anticorpos IgG, que revelam exposição ao vírus há mais de três semanas. “Conseguimos determinar que houve uma grande prevalência do tipo IgG, mostrando que essas pessoas já tinham pego a doença, muitas nem sabiam, já estavam curadas e a maioria não precisou nem acessar os serviços de saúde”, salientou Carneiro. “A grande maioria das pessoas adquire a doença e nem sabe, e essa é a justificativa do cuidado. Essas pessoas estão transmitindo para os outros.”

Em relação aos sintomas da Covid-19, somente 40,8% dos confirmados relataram algum tipo. Os mais comuns são dor de cabeça (17,8%), coriza (13,4%) e tosse (11,6%). Carneiro enfatiza que essa maioria de assintomáticos é mais um motivo para respeitar as medidas de prevenção. “Trabalhando na unidade Covid do Hospital Santa Cruz, temos muito definido que os contágios foram domiciliares. As pessoas que morreram, morreram porque pegaram a doença dos seus familiares.” A pesquisa Covid-VRP terá sua última etapa nos dias 11 e 12 de setembro, com a aplicação de mais 1.063 testes.

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Polêmica da volta às aulas
A proposta de volta às aulas presenciais, apresentada pelo governo do Estado na última terça-feira, segue recebendo críticas e gerando polêmica. Em entrevista à Rádio Gazeta nessa sexta-feira, o presidente da Associação Luz Azul, entidade que representa as pessoas autistas em Santa Cruz do Sul, foi mais um a se posicionar contra a possibilidade. Conforme Hugo Braz – que também é integrante da Federação Gaúcha de Associações pró-Autistas –, as entidades estão alinhadas com o posicionamento da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), que defende só haver condições para um retorno do ensino presencial quando estiver disponível uma vacina, bem como condições sanitárias que assegurem a saúde e a vida dos estudantes.

Braz reiterou a dificuldade percebida em crianças e adolescentes autistas para cumprir as determinações, especialmente quanto ao uso da máscara, que muitos autistas não conseguem utilizar. As dificuldades sociais também são um obstáculo a ser observado, considerando que muitos podem não entender os motivos e a necessidade de manter o afastamento entre as pessoas. Além desses motivos, Braz destacou as dificuldades para a auto-higienização, o que aumenta o risco de contaminação.

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